Saturnino: governos de Brasil, Venezuela e Bolívia não são populistas



O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) negou nesta quarta-feira (31) que as políticas de distribuição de renda praticadas pelos governos latino-americanos, entre os quais o do Brasil, da Venezuela e da Bolívia, sejam medidas populistas. Para ele, tal classificação, que teria sido expressada em entrevista pelo presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, é indevida.

- O objetivo da economia não é simplesmente aumentar a produção; é promover o bem-estar da população - disse.

O parlamentar explicou que o populismo é caracterizado por atitudes que, a curto prazo, beneficiam a população menos favorecida, mas, a longo prazo, trazem mais prejuízos. Como exemplo, ele citou aumentos exagerados do salário mínimo, que poderiam provocar alta da inflação e, conseqüentemente, queda do poder aquisitivo da população. O governo brasileiro, disse o senador, busca uma política sustentável de aumentos, não podendo ser chamado de populista.

- Não me parece também que os governo de Hugo Chávez na Venezuela e de Evo Morales na Bolívia sejam populistas, pois tomam medidas que, a longo prazo, promoverão a distribuição de renda de forma sustentável - disse.

Roberto Saturnino acrescentou ainda que muitos países europeus adotam medidas protecionistas que, ao serem praticadas pelos países sul-americanos, são consideradas populistas.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), em aparte, disse que o governo brasileiro investe num desenvolvimento harmonioso entre os países da América do Sul.

31/05/2006

Agência Senado


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