Saturnino quer inflação controlada, mas com crescimento econômico



O grande desafio do Banco Central, disse nesta terça-feira (30) o senador Roberto Saturnino (PT-RJ), será o de compatibilizar o controle inflacionário com o crescimento da economia de, no mínimo, 5% ao ano. O alerta foi feito durante reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em que foi analisada a indicação do economista Alexandre Schwartsman para o cargo de diretor do Banco Central.

Por sua vez, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) observou que as reservas brasileiras -estão no pior nível desde 1992-. Segundo informou, apesar de superarem os US$ 47 bilhões, as reservas sofrem uma queda para cerca de US$ 17 bilhões quando são somados os pagamentos externos. Por isso, previu, o governo brasileiro caminha para fechar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional.

Em resposta, Alexandre Schwartsman concordou com as contas feitas por Antero, mas alertou que um novo empréstimo junto ao FMI deve ser encarado como uma espécie da assinatura de um seguro, destinado a proteger a economia brasileira contra possíveis percalços futuros.

Antero, que preside a CPI do Banestado, estranhou que entre 1996 e 2001 tenham saído do Brasil nada menos do que R$ 76 bilhões para paraísos fiscais, cobrando do Banco Central maior controle para que seja evitada a chamada evasão fiscal.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mostrou-se preocupado com o crescimento dos juros pagos pelo setor público brasileiro que, conforme informou, alcançarão algo em torno de R$ 140 bilhões no final do ano.

Alexandre salientou que os números referidos por Suplicy fazem parte do pagamento dos chamados títulos públicos. Observou que qualquer país que coloca obstáculo com relação à saída legal de capitais sofre, ao mesmo tempo, conseqüências danosas quanto à entrada de recursos que, via de regra, são canalizados para a produção, gerando o crescimento econômico.



30/09/2003

Agência Senado


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