Saturnino vê credibilidade de ACM comprometida por contradições



A credibilidade das afirmações do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) foi questionada pelo relator do processo que investiga a violação do painel eletrônico, senador Roberto Saturnino (PSB-RJ). Saturnino observou que os pronunciamentos de Antonio Carlos afirmando "com muita ênfase" que não conhecia nenhuma lista, até mesmo após a divulgação do laudo da Unicamp, foram feitos no plenário do Senado e não pela imprensa. Ele também disse que era difícil acreditar que Antonio Carlos não tinha conhecimento do que o senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) planejava fazer. Um dos indícios, segundo o relator, seria o fato de que a lista ficou com Antonio Carlos, e não com Arruda.

Saturnino salientou que Antonio Carlos não tomou qualquer providência para apurar a violação e para responsabilizar os violadores assim que tomou conhecimento da operação de quebra de sigilo. "Poderia, pelo menos, ter advertido duramente o Arruda", ponderou. Saturnino também questionou por que Antonio Carlos, num telefonema de 34 segundos, não advertiu a ex-diretora do Prodasen, Regina Borges. "Qualquer um de nós acreditaria que o senhor teria passado uma carraspana nela", assinalou. Ele ainda disse que seria o caso de demitir Regina sem explicar o motivo e acrescentou que tinha dificuldade para dar credibilidade absoluta ao depoimento de Antonio Carlos.

Antonio Carlos Magalhães afirmou que o depoimento de Regina prova que ele não deu qualquer ordem, pois em todas as oportunidades Arruda falou em nome dele. "Por que ela não me procurou ou ao senador Geraldo Melo (PSDB-RN)? Ela que foi responsável, não eu", disse. Segundo ele, Regina poderia ter dito que, do ponto de vista técnico, não era possível retirar uma lista da votação secreta, mas precisou de cinco pessoas para violar o painel, inclusive de um técnico de fora do Senado.

O ex-presidente do Senado disse que se questionou sobre ter sido omisso ou não. Ele afirmou que não tinha certeza se a lista era verdadeira e preferiu não colocar em risco aquela votação, pois a imprensa diria que a cassação era injusta e fraudulenta. O senador negou ter-se solidarizado com Regina no telefonema feito de seu gabinete, mas sim dado uma palavra de conforto, por ela ser uma pessoa da sua confiança e "de qualidades".

Antonio Carlos também lembrou que falou com Regina ao telefone quando ele estava em Miami e trataram do painel "de raspão", ao pedir esclarecimentos acerca do contrato assinado entre o Prodasen a Panavídeo. Segundo o senador, Regina explicou que a Kopp (empresa que instalou o painel) havia infringido 14 cláusulas do contrato de manutenção e, por isso, contratou a Panavídeo sem licitação por uma questão de economia.

26/04/2001

Agência Senado


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