SEBASTIÃO ROCHA: CAMPANHAS DA OPOSIÇÃO TAMBÉM DEVEM SER INVESTIGADAS



O senador Sebastião Rocha (PDT-AP) anunciou a disposição de assinar o requerimento de criação de uma comissão parlamentar de inquérito destinada para investigar as denúncias de recursos não declarados na campanha à reeleição do presidente Fernando Henrique. O senador salientou, no entanto, que a oposição também pode ser responsabilidade por irregularidades em campanhas eleitorais. "Não serei eu quem vai atirar a primeira pedra", garantiu.

Na avaliação de Sebastião Rocha, a solução para problemas deste tipo e para evitar o abuso do poder econômico nas eleições é a aprovação do financiamento exclusivo de campanhas. Ele adiantou que deixará de votar qualquer outro item da reforma política se o financiamento público não for aprovado.

- Vejo que o Congresso Nacional está caminhando em campo minado. Se a CPI tiver acesso à documentação de campanha e às planilhas secretas dos candidatos, teremos de admitir que oposição e governo receberam ajudas que não foram declaradas - disse.

Sebastião Rocha admitiu a dificuldade da oposição em prestar contas dos recursos usados em suas campanhas. As razões seriam a grande diversidade de doadores e o receio de alguns empresários, que não querem se identificar por temerem represálias dos governos, "principalmente quando se tratam de campanhas municipais".

A proposta de limitação dos gastos com a propaganda de rádio e televisão, defendida pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), recebeu o apoio de Sebastião Rocha

- Os programas de TV dos candidatos têm de ser ao vivo, porque eles respondem por aproximadamente 80% dos gastos dos candidatos. Esses programas são, proporcionalmente, mais caros do que as novelas - argumento o senador pelo Amapá.

Em aparte, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MS) manifestou-se contrário à criação da CPI para investigar as sobras de campanha de FHC. No entanto, ele apoiou o financiamento público e disse que está preparando uma proposta de emenda constitucional sobre o assunto. "As empresas ou empresários que forem pego burlando a lei, serão considerados inabilitados para receber empréstimos de instituições oficiais" - adiantou.

16/11/2000

Agência Senado


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