Secretário nacional de Justiça defende estratégia de combate à lavagem de dinheiro
"Prender não é suficiente. Você tem que atingir a estrutura financeira das organizações criminosas", disse o secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior, que elogiou a Estratégia Nacional de Combate a Lavagem de Dinheiro (Enclla), que estabelece uma série de metas para serem cumpridas por órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 2007 são 20 objetivos, entre eles o treinamento de agentes públicos de prevenção e combate ao crime e a integração dos cadastros de todos os cartórios de registro de imóveis no Brasil.
O secretário foi um dos palestrantes do 1º Simpósio Nacional sobre o Combate ao Crime Organizado, Lavagem de Dinheiro, Recuperação de Ativos de Origem Ilícita no Exterior, Corrupção e o Combate ao Tráfico Internacional de Drogas realizado nesta quarta-feira (31) no auditório Petrônio Portella do Senado Federal. Também pelo Ministério da Justiça falou Wesley Dias, que explicou o funcionamento do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro, do qual ele é coordenador-geral.
Outro palestrante foi Antonio Gustavo Rodrigues, presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda. Antonio Gustavo Rodrigues disse que o processo de globalização e o aumento global do fluxo de finanças trouxe também o fortalecimento do crime organizado. Assim como Tuma Júnior ele afirmou que, além de prender integrantes do crime organizado, é preciso encontrar maneiras eficientes debloquear as finanças desses grupos.
Representando o Instituto Nacional de Qualidade Judiciária, a presidente da organização, a juíza federal Elizabeth Leão, falou sobre a venda antecipada de bens apreendidos em operações de combate à lavagem de dinheiro, para evitar que esses objetos - carros, helicópteros, lanchas, entre outros - percam o valor enquanto são guardados em depósitos.
Falaram também William Guedes, representante da Controladoria Geral da União, sobre transparência e informações estratégicas no combate a corrupção; Ricardo Lião, do Banco Central, sobre a atuação do BC no combate à lavagem de dinheiro; Celso Moreira Ferro Júnior, Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, sobre a investigação criminal do crime organizado;Ricardo Zonato Esteves, da Agência Brasileira de Informações (Abin), sobre as ameaças representadas por atividades ilícitas para o estado brasileiro; Herbert Reis Mesquita, representando a Polícia Federal, sobre a relação entre crime organizado e tráfico de drogas e o jornalista Raphael Vandystadt de Souza, da TV Globo, sobre prevenção e combate as drogas nos meios de comunicação.
31/10/2007
Agência Senado
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