Seiscentas pessoas na fila de espera para terapia com cavalos
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Equoterapia do Regimento da Cavalaria é o único órgão estadual que proporciona o trabalho gratuito à população carente. Os 40 pacientes atendidos anualmente devem ter no mínimo 3 anos de idade. São selecionados após triagem feita pelos profissionais voluntários, que avaliam exames e pedidos médicos para o tratamento.
A lista de espera é de 600 pessoas, que podem aguardar até cinco anos para iniciar o tratamento. A bacharel em Direito Ana Margarida Barros Cordeiro, 28 anos, sofreu paralisia cerebral quando criança e em 1997 testou pela primeira vez a equoterapia. Precisando dar lugar a outras pessoas da fila, seus pais se esforçaram para manter a terapia em clínicas particulares, tratamento que pode custar mais de R$ 5 mil ao ano.
Em 2007, Ana Margarida pôde voltar à Cavalaria e acredita que, independentemente dos custos monetários, a diferença da equoterapia feita na PM é marcante. “Aqui há mais entrega, o pessoal dá o melhor de si para fazer porque é um trabalho voluntário. É um corpo de profissionais muito competentes”, analisa.
Vinte minutos antes do atendimento, os policiais dão aulas aos voluntários para ampliarem seus conhecimentos sobre equitação, um dos principais requisitos para atuar na área de equoterapia. Cinco cavalos dóceis e afastados do policiamento são montados pelos voluntários antes de receber os praticantes. Segundo o comandante do Regimento da Cavalaria 9 de Julho, o major Walter Gomer Mota, esta é a hora de aquecer o animal. “É o que chamamos de tirar o gás do cavalo”.
Para o soldado Alexandre da Silva Campos, condutor dos animais da equoterapia desde 1993, é um orgulho fazer um trabalho tão diferenciado dentro da corporação. “A gente tem de ter um pouco de dom para tratar essas pessoas diferentes, e isso é Deus que dá. Para nós, é imensa a alegria saber que estamos conseguindo resgatar vidas”.
10/25/2007
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