Sem acordo, CMO adia votação de relatórios setoriais do orçamento



A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização adiou para a tarde desta quarta-feira (19) a votação dos últimos três relatórios setoriais do projeto de orçamento para 2008, depois de quase duas horas de debates, nesta terça-feira (18), quando a oposição defendeu a aprovação da lei orçamentária pelo Congresso ainda este ano.

Os parlamentares da base do governo querem que o orçamento seja votado apenas em fevereiro, o que dará prazo para que o Executivo, o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público da União apresentem suas sugestões de cortes, como resultado do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ( CPMF). Sem acordo e com o início das votações no Plenário do Senado (o que impede qualquer comissão de votar), o exame dos relatórios setoriais não pôde ser iniciado.

PSDB e DEM ponderaram que há tempo para a votação do orçamento se os parlamentares tivessem interesse. O deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR) sustentou que o Executivo está impondo sua vontade ao Congresso e querendo tempo para ganhar apoio da sociedade em sua pressão por cortes nas emendas que os parlamentares fizeram ao Orçamento de 2008.

O relator-geral do projeto, deputado José Pimentel (PT-CE), argumentou que não há mais prazo suficiente, antes do recesso parlamentar de fim de ano, para promover os ajustes. Como o orçamento não conta mais com os R$ 40 bilhões da CPMF, informou quea Comissão de Orçamento faráuma terceira reestimativa de receitas - agora, para diminuir a previsão. Nas duas anteriores, a comissão havia subido em R$ 21,8 bilhões a previsão de receitas federais para o ano que vem.

O presidente da Comissão de Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PB), também manifestou seu entendimento de que "não existe mais chance" de votar o Orçamento de 2008 ainda em 2007, porque os presidentes do Senado e da Câmara, senador Garibaldi Alves e deputado Arlindo Chinaglia, não concordam em fazer uma convocação do Congresso durante o recesso para exame do projeto orçamentário.

Em entrevista à imprensa, José Maranhão voltou a contestar a sugestão do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para que o Congresso corte todas as emendas coletivas feitas ao orçamento - cerca de R$ 12 bilhões.

- O ministro está querendo cortar nas emendas do Congresso para poder cortar menos no Executivo. Lembro que as emendas coletivas são apresentadas em comum acordo com os governadores e o dinheiro se destina a obras importantes nos estados - disse.



18/12/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Falta de acordo volta a impedir votação de relatórios setoriais do Orçamento 2012

Acordo pode garantir votação de relatórios setoriais do Orçamento 2012 até sexta-feira

CMO ainda aguarda acordo para votação dos relatórios setoriais

COMISSÃO DE ORÇAMENTO CONCLUI VOTAÇÃO DE RELATÓRIOS SETORIAIS

COMISSÃO DE ORÇAMENTO INICIARÁ VOTAÇÃO DE RELATÓRIOS SETORIAIS

Concluída votação dos relatórios setoriais do Orçamento de 2013