SENADO APROVA VOTO DE PESAR POR DIAS GOMES



O plenário aprovou nesta terça-feira (dia 18) voto de profundo pesar pela morte do dramaturgo, escritor e novelista Alfredo Dias Gomes. De acordo com o requerimento do senador Edison Lobão (PFL-MA), o Senado determina que sejam enviadas condolências à família do escritor, à Academia Brasileira de Letras, na qual Dias Gomes ocupava a cadeira 21, e à Rede Globo de Televisão, que exibiu suas novelas desde fins da década de 60.Ao justificar o requerimento, Lobão disse que o falecimento de Dias Gomes representa um grande "desfalque para as artes brasileiras". O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ressaltou a contribuição do escritor para a melhoria do nível da televisão brasileira. A líder do Bloco Oposição, senadora Marina Silva (PT-AC), disse que o trabalho de Dias Gomes simbolizou a possibilidade de se produzir "uma cultura popular de qualidade, com reflexão e questionamento, levando as pessoas a pensarem".O senador Roberto Freire (PPS-PE) destacou a atenção de Dias Gomes aos temas políticos. "Ele denunciou as nossas estruturas sociais injustas, utilizando-se do erudito e popular e dos mais diversos instrumentos de comunicação que lhe chegaram às mãos - teatro, literatura, rádio, cinema e televisão", comentou. Segundo Freire, o objetivo de Dias Gomes, com quem o senador conviveu no antigo Partido Comunista Brasileiro, era fazer uma arte que fosse entendida por qualquer pessoa, "e que esta se interrogasse sobre seu cotidiano, e assim ganhasse consciência para agir no sentido das mudanças".- Questionando o dia a dia dos brasileiros, o autoritarismo, a opressão, o jeitinho de enganar, a falta de liberdade, as dificuldades de sobrevivência, Dias Gomes revelou o mais profundo do nosso país e da alma de todos nós - observou o senador pernambucano.O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que Dias Gomes sempre se posicionou a favor das grandes causas. "Ele era povo, se sentia povo e conversava com o povo", frisou. O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) manifestou o sentimento "de pesar do povo do estado do Rio de Janeiro", onde vivia o escritor.

18/05/1999

Agência Senado


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