Senado comemora 186 anos da Batalha do Jenipapo
O Senado comemorou nesta quarta-feira (11), em sessão solene, os 186 anos da Batalha do Jenipapo. Com a presença do presidente do Senado, José Sarney, o ato foi aberto pelo 1º secretário, Heráclito Fortes, que é piauiense. O combate travado em Campo Maior (PI), às margens do Rio Jenipapo, em 13 de março de 1823, foi decisivo para a independência do Brasil, afirmou o senador João Vicente Claudino (PTB-PI), autor da proposta para a homenagem.
O 3º secretário da Mesa, senador Mão Santa, que também é do Piauí, e o governador do estado, Wellington Dias, além do prefeito de Campo Maior, João Felix Andrade Filho, participaram da sessão. Os oradores, entre os quais o governador do Piauí e o presidente Sarney, analisaram o papel de brasileiros do Piauí, Maranhão e Ceará que atuaram naquela batalha para a garantia da integridade territorial do Brasil. João Vicente Claudino disse que a independência, conquistada mais pacificamente no centro-sul do país, foi alcançada nas províncias do Norte "com armas e sangue".
- Se Portugal via como inevitável a perda de parte de seus domínios na América, fazia questão de manter sob seu domínio a parte setentrional do território brasileiro, reunindo o Grão-Pará, o Maranhão e o Piauí sob a bandeira portuguesa - declarou.
O senador citou a localização estratégica do Piauí entre as províncias ocidentais e orientais no meio-norte do Brasil. A adesão de Parnaíba à independência, proclamada em 19 de outubro de 1882, pouco mais de um mês depois do Grito do Ipiranga. desencadeou os eventos que levaram diretamente ao confronto sangrento às margens do Jenipapo, ocorrido meses depois, em 13 de março de 1823, relatou João Vicente Claudino.
- Essa atitude preocupou o governo português, que decidiu sufocar a iniciativa dos parnaibanos - observou o senador.
João Vicente Claudino lembrou que, no dia 13 de novembro de 1822, partiram de Oeiras, a capital da província, em direção à vila rebelde do litoral, tropas favoráveis a Portugal, comandadas pelo luso-brigadeiro João José da Cunha Fidié, comandante militar do Piauí, que carregava ordens expressas de Lisboa para atuar com toda a energia que fosse necessária para manter a província sob o domínio português.
Já o senador Mão Santa lembrou o papel dos piauienses na História do Brasil, desde a Batalha do Jenipapo até a resistência ao fechamento do Congresso durante a ditadura militar.
Por sua vez, Heráclito Fortes afirmou que o Brasil tem imensa dívida com aqueles milhares de homens que lutaram pela integração de território nacional e pela unidade do país. Caso não tivessem ocorrido os confrontos à margem do Jenipapo, a configuração do território brasileiro provavelmente seria bem diferente da atual, assinalou Heráclito. Disse que, possivelmente, haveria uma grande colônia lusófona ao Norte, por muito tempo, o que certamente seria uma ameaça à estabilidade do país recém-constituído.
Já o governador Wellington Dias disse que a sessão solene em homenagem à Batalha do Jenipapo, transmitida pela TV Senado, permite ao Brasil conhecer sua própria história. Ele saudou os senadores do Piauí que "registraram aqui, ao seu modo, sua visão sobre o estado e o país, mas, principalmente, sobre este momento histórico da Batalha do Jenipapo".
Os senadores Adelmir Santana (DEM-DF), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Aloizio Mercadante (PT-SP) também analisaram a importância histórica da Batalha do Jenipapo.11/03/2009
Agência Senado
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