Senado decide nesta quinta o valor do salário mínimo



A partir das 14h30 desta quinta-feira (17) o governo põe à prova a sua capacidade de convencimento, durante a votação da medida provisória 182/04, que fixou em R$ 260 o valor do salário mínimo. A MP já foi aprovada na Câmara, mas precisa de maioria simples no Senado para ser transformada em lei. Se isso não ocorrer, e for aprovado o salário de R$ 275, como esperam os oposicionistas, o texto voltará à Câmara.

A MP está pronta para votação desde terça-feira (15), mas a falta de garantia de vitória da base governista adiou a deliberação por dois dias, provocando o trancamento da pauta e impedindo a votação de mais de 20 outras proposições. Nesta quarta-feira (16), na presidência da sessão, o senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) garantiu que não haverá mais adiamentos.

- Não teremos adiamento, não teremos prorrogação - frisou, confirmando a decisão do presidente do Senado, José Sarney, de colocar a matéria em votação, -respeitando rigorosamente o Regimento Interno-.

Na tarde desta quarta-feira (16), o presidente nacional do PT, José Genoíno, esteve no Senado tentando convencer integrantes da base aliada a votarem a favor dos R$ 260. À noite, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria uma reunião com os líderes de partidos governistas.

No PT, o principal opositor ao valor proposto pelo governo continua sendo o senador Paulo Paim (PT-RS), que reafirmou a disposição de votar por um valor maior e, pela primeira vez, admitiu deixar o partido.

Também integrante da base aliada, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse manter a expectativa de que o governo sinalize com um salário mínimo mais significativo. Ele expressou o desejo de que -aconteça uma surpresa e que, atendendo ao anseio da população, o presidente da República edite na última hora nova medida provisória fixando o mínimo em R$ 275-. Já o líder do PL, senador Magno Malta (ES), prometeu votar contra a proposta enviada pelo governo ao Congresso.

A oposição confia na derrubada da MP. O líder do PFL, José Agripino (RN), disse que não há chance de o governo conseguir manter o valor de R$ 260.

- É melhor votar logo do que deixar para a semana que vem. Quem é a favor que vote sim - afirmou.





16/06/2004

Agência Senado


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