Senado deve corrigir falhas no projeto de Lei de Falências



O projeto de lei que modifica a legislação em vigor sobre falências e concordatas (PLC nº 71/2003) deverá ser alterado no Senado. O relator da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Ramez Tebet (PMDB-MS), já informou que fará um balanço das sugestões colhidas ao longo das várias audiências realizadas durante o período da convocação extraordinária do Congresso Nacional e decidir se finalizará o seu relatório, provavelmente com a apresentação de um substitutivo, ou se continuará com os depoimentos.

Além disso, o próprio relator do projeto na Câmara, deputado Osvaldo Biolchi (PMDB-RS), reconheceu aos senadores da CAE que o texto aprovado possui falhas que precisam ser corrigidas no Senado. O projeto de lei encaminhado pelo Executivo, na época do então presidente Itamar Franco, tramitou durante quase dez anos, teve vários substitutivos, recebeu mais de 400 emendas e a contribuição de um grupo de trabalho formado por especialistas em Direito Comercial, parlamentares e representantes do governo. Suas recomendações entraram na versão final do relatório de Biolchi de 2003. Mas mesmo assim precisa ser melhorado.

Sem explicitar o que constará do seu parecer, Tebet já forneceu algumas pistas. Uma delas, por exemplo, é a fixação de um limite para o pagamento dos créditos trabalhistas nos processos falimentares. O relator considerou, depois da audiência com as duas principais entidades sindicais do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, nessa semana, que essa questão está resolvida.

O senador identificou mudança de posição das entidades em relação aos debates na Câmara, quando os representantes dos trabalhadores se opuseram às propostas de definição de um teto, com valores equivalentes a 150 ou a 200 salários mínimos ou ainda de R$ 30 mil. Na época houve entendimento de que essa limitação prejudicaria o recebimento dos direitos trabalhistas no caso de insolvência das empresas. Tebet também já se manifestou favorável ao parcelamento dos créditos tributários.

Na próxima semana, a última da convocação, a CAE terá duas audiências. Dessa vez ouvirá os presidentes das principais confederações patronais do país. Na terça-feira (10), a partir das 10h, devem participar o deputado federal Armando Monteiro (PTB-PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Antônio Oliveira Santos, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e Clésio Andrade, da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antonio Ernesto de Salvo, ainda não confirmou sua presença.

Na quinta-feira (12), no mesmo horário, deve comparecer o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão. Além dele, a CAE já conseguiu atender o requerimento da senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), aprovado nessa semana, agendando também para quinta-feira o representante da Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Autogestão (Anteag), Luigi Verardo.



06/02/2004

Agência Senado


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