Senado edita livros históricos e culturais de qualidade
O Senado Federal, por meio de seu Conselho Editorial, tem procurado preencher lacunas na bibliografia nacional, publicando obras de grande interesse cultural e histórico, cujo valor comercial, no entanto, não enseja edições pelas editoras privadas. Os livros podem ser adquiridos a preço de custo no Senado, nas feiras de livro das quais o Senado participa e ainda pela Internet, no site da instituição (www.senado.gov.br: clicar em Publicações e, em seguida, em Catálogo de Publicações).
As publicações têm grande demanda entre professores, estudantes e pesquisadores. Além delas, o Senado também imprime obras em braile. Estas não são vendidas, mas doadas a entidades de assistência a deficientes visuais. Já foram impressos em braile, entre outros livros, a Constituição federal; a Lei de Doação de Órgãos; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB); o Estatuto da Criança e do Adolescente; e diversas Constituições estaduais.
Um dos exemplos mais significativos das publicações do Senado é As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora, os primeiros quadrinhos brasileiros. O livro traz as histórias publicadas por Ângelo Agostini entre os anos de 1869-1883 nas revistas Vida Fluminense, Don Quixote e O Malho. Os quadrinhos de Zé Caipora são considerados os primeiros de aventura realista em todo o mundo. O livro é um álbum de luxo com 188 páginas, capa dura, vendido a R$ 50.
O Senado procura editar também livros há muito esgotados, como História da Civilização Brasileira, escrito por Pedro Calmon – um dos mais renomados historiadores brasileiros – e Capítulos de História Colonial, redigido pelo não menos famoso Capistrano de Abreu. O primeiro, considerado uma raridade bibliográfica até a edição do Senado de 2002, faz uma síntese da história do Brasil em 329 páginas, compreendendo os aspectos social, econômico, administrativo e político. O segundo procura, em 226 páginas, avaliar a magnitude do empreendimento representado pela ocupação territorial naqueles primeiros séculos. Ambos são vendidos a R$ 20.A coleção “O Brasil visto por estrangeiros” também abrange preciosidades, como as obras Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho, de Richard Burton (530 páginas, R$ 20) e Segunda Viagem a São Paulo e Viagem ao Rio Grande do Sul, ambos de Auguste de Saint Hilaire (238 páginas a R$ 20 e 569 páginas a R$ 25, respectivamente).
Já A Abolição do Comércio Brasileiro de Escravos, do especialista em relações anglo-brasileiras Leslie Bethell, procura explicar por que o comércio de escravos no Brasil foi mantido por 20 anos após sua proibição. A obra é importante para a compreensão da história do Brasil e também da de Portugal, Grã-Bretanha e África. São 478 páginas, a R$ 20. Destaque também para De Profecia e Inquisição, escrito pelo Padre Antonio Vieira. O livro, de 278 páginas, contém textos referentes ao processo que o Santo Ofício promoveu contra o grande missionário e pregador. Preç R$ 20. Outra obra que, apesar de centenária, permanece profundamente atual, é A Ilusão Americana, de Eduardo Prado. O livro, que critica a aproximação dos Estados Unidos após a proclamação da República, foi proibido uma hora depois de posto a venda, levando o autor a ironizar o chefe de polícia, que não havia tido tempo de ler a obra antes de proibi-la. Alguns trechos da leitura lembram discursos atuais contra a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). São 118 páginas ao preço de R$ 10.Outro bom exemplo da diversidade das edições do Senado Federal é Conselho aos Governantes, que reúne, em 841 páginas, textos de autores clássicos como Isócrates, Platão, Kautilya, Maquiavel, Erasmo de Roterdã, Miguel de Cervantes, Cardeal Mazarino, Maurício de Nassau, Marquês de Pombal, Sebastião César de Meneses, D. Luís Cunha, Frederico da Prússia e D. Pedro II. O livro é vendido a R$ 30 e ganhou recentemente uma edição em braile, reduzida devido às grandes proporções características das obras escritas na linguagem que permite aos deficientes visuais lerem com o tato. Atualmente, o Senado trabalha na edição de um dicionário em braile.
09/09/2004
Agência Senado
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