SENADO HOMENAGEIA CARLOS CASTELLO BRANCO



Por requerimento do senador Freitas Neto (PFL-PI), o Senado homenageou o jornalista Carlos Castello Branco, que completaria 80 anos no próximo dia 25. O presidente Antonio Carlos Magalhães convocou, para compor a mesa, a viúva de Castellinho, dona Élvia, o ex-ministro Ronaldo Costa Couto e o jornalista Manoel Francisco do Nascimento Brito, diretor-presidente do Jornal do Brasil, órgão de imprensa onde ele manteve, durante décadas, a coluna política mais prestigiada do jornalismo brasileiro.
Ao discursar na homenagem, Freitas Neto ressaltou a incessante luta de Castello Branco pela qualidade do trabalho jornalístico, delineando um modelo baseado no cuidado ao tratar a informação, na precisão, isenção e busca de um texto fluente e criativo. "Outra marca sempre foi a dignidade profissional, fundada na independência e no respeito a um rígido código de ética, seguido acima de todas as pressões políticas e econômicas", enfatizou.
Para Freitas Neto, Carlos Castello Branco deixou mais do que um exemplo para as gerações de jornalistas políticos que o sucederam: deixou uma praxis, uma forma de exercer a atividade profissional que, incorporada aos parâmetros seguidos pela grande maioria dos jornalistas brasileiros, enobrece a imprensa do país.
O senador, conterrâneo de Castellinho, fez um minucioso relato de sua vida, desde os tempos do jornal estudantil de Teresina, A Mocidade, passando por vários jornais e revistas do Grupo Diários Associados até chegar à Coluna do Castello, no JB, onde enfrentou os duros tempos da censura do regime militar, chegando a ser detido, acusado de ter dado cobertura ao movimento parlamentar que levara à recusa da licença para processar o então deputado Márcio Moreira Alves. "Era o reconhecimento do peso político da coluna", destacou.
Freitas Neto lembrou, ainda, que Castello foi membro da Academia Brasileira de Letras, tendo publicado livros como Continhos brasileiros, Arco do Triunfo e idos de março, e A renúncia de Jânio, além de volumes de seus trabalhos jornalísticos: Introdução à Revolução de 64, Os militares no poder, Retratos e fatos da História recente. O jornalista também integrou a Academia Piauiense de Letras, a partir de 1984.

14/06/2000

Agência Senado


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