Senado homenageia o liberal entre os liberais brasileiros



O início da sessão plenária desta quarta-feira (10) no Senado foi dedicado a homenagear o economista, ex-ministro do Planejamento, ex-embaixador, ex-deputado e ex-senador Roberto Campos, morto na noite desta terça-feira (9). Nascido em 1917, ano da Revolução Russa, em Cuiabá (MT), Campos notabilizou-se justamente por combater idéias e políticas estatizantes. Ao assumir essa posição, atraiu para si duras críticas da esquerda durante muitos anos, mas ao final da vida recebeu elogios até de alguns adversários pela franqueza com que defendia seus pontos de vista, aliada à vasta erudição e ao brilhantismo intelectual.

A princípio, Campos parecia inclinar-se para a carreira eclesiástica, mas abandonou o seminário - onde estudou Filosofia e Teologia - em 1937. Dois anos depois ingressaria na carreira diplomática, por concurso, chegando a ocupar os postos de embaixador em Washington (1961) e Londres (1975 a 1982). Nos Estados Unidos, o diplomata obteve mestrado e doutorado em economia ainda na década de 40, quando serviu como adido comercial.

Autor de mais de 20 livros, Roberto Campos, descreveu em sua obra-prima, o autobiográfico Lanterna na Popa , trajetória repleta de interferências nos rumos do país, como a criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), do Banco Nacional da Habitação (BNH) e da correção monetária. De 1964 a 1967 o cupou o cargo de ministro do Planejamento. A partir de 1993 dedicou-se à atividade parlamentar e literária, tendo exercido mandatos de senador pelo Mato Grosso (1983 a 1990) e deputado federal pelo Rio de Janeiro (1991 a 1998). Em 1999 foi eleito para uma vaga na Academia Brasileira de Letras.

A homenagem a Roberto Campos contou com intervenções de 12 senadores.

10/10/2001

Agência Senado


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