Senado inaugura exposição sobre 50 anos do golpe militar




Renan, Simon e vários parlamentares participaram da abertura da exposição

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Ao inaugurar na manhã desta quinta-feira (20), no Salão Negro do Congresso, a exposição "Onde a esperança se refugiou", alusiva aos 50 anos do golpe militar, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que "tão importante quanto lembrar é não esquecer" o período de supressão de liberdades inaugurado com a chegada dos militares ao poder, em 1964. A figura de retórica utilizada por Renan é uma alusão a uma frase que circula em debates presenciais e virtuais sobre a necessidade de manter viva a memória sobre a intervenção militar na política por 20 anos: "lembrar para não esquecer"

O senador acha que o Brasil ainda não conseguiu fazer inteira justiça àqueles que sofreram, entre outras perdas, a do mais básico dos direitos da cidadania, que é o da livre manifestação do pensamento.

Em seu discurso, Renan afirmou que, num regime democrático, os eventuais abusos cometidos no exercício da liberdade de expressão só podem ser coibidos pelo Judiciário. Lembrando que a Justiça brasileira tem cumprido esse papel, ele disse que a sociedade precisa continuar vigilante e, na medida do possível, buscar reparação para os excessos cometidos. Participaram da solenidade, além de senadores, a diretora da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Amariles Tavares; o presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke; e o filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart.

Entre as providências que o Senado adotou para ajudar o país a resgatar injustiças cometidas, ele lembrou a devolução de mandatos de senadores cassados pelo regime militar, assim como a anulação da sessão plenária de 1º de abril de 1964, quando o cargo de presidente da República foi declarado vago, num momento em que João Goulart - também conhecido como Jango - ainda se encontrava em solo brasileiro.

Na solenidade, uma iniciativa do senador Pedro Simon (PMDB-RS), do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) e do Senado Federal, o Congresso homenageou em especial João Vicente Goulart, filho de Jango presente à cerimônia, e a família do presidente retirado do poder.

Ainda nesta quinta-feira, Renan Calheiros confirmou que assinará carta endereçada ao presidente do Senado dos Estados Unidos, solicitando o acesso do Brasil a documentos que podem esclarecer fatos relacionados ao golpe militar de 1964. Esse foi um pedido a ele apresentado por João vicente Goulart.

- Tenho certeza que as autoridades americanas terão sensibilidade para cooperar com o Brasil nessa tarefa. É importante relembrar e discutir os anos de exceção que o Brasil viveu e, na medida do possível, buscar reparar os excessos cometidos - afirmou Renan.

A exposição está aberta a visitação de hoje até 13 de abril, das 9h às 17h.



20/03/2014

Agência Senado


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