Senado manifesta apoio à candidatura de Celso Furtado ao Nobel de Economia



O Senado manifestou nesta terça-feira (11) apoio integral à candidatura de Celso Furtado ao Prêmio Nobel de Economia de 2004, de acordo com requerimento apresentado pelo líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). A iniciativa, considerada suprapartidária, recebeu o apoio de todos os líderes da Casa. 27 senadores discursaram ressaltando a importância do economista para o país e a América Latina.

No encaminhamento da matéria, Mercadante destacou que Celso Furtado é um nome obrigatório para todos aqueles que lutam para tirar o país do subdesenvolvimento e romper com a herança colonialista. O líder lembrou que Celso Furtado contribuiu para a correta compreensão dos mecanismos econômicos que conformam o chamado subdesenvolvimento, tendo superado as limitações teóricas impostas por correntes neoclássicas e monetaristas. O senador disse que Celso Furtado fez a opção de ficar ao lado do seu povo e não do poder.

- Celso Furtado é a expressão da coerência intelectual, da relação entre ética e economia - afirmou.

Relator da matéria na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) leu em Plenário carta enviada ao economista Amartya Sen pedindo seu apoio à candidatura de Celso Furtado. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM) destacou a elaboração do Plano Trienal e as Reformas de Base no governo João Goulart, quando Furtado ocupava o Ministério do Planejamento. Segundo o senador, na ocasião, o economista já alertava para a necessidade do controle inflacionário.

O senador Jefferson Péres (AM), líder do PDT, acrescentou que João Goulart optou pelo descontrole inflacionário, sem levar em conta o alerta de Celso Furtado e perdeu o controle do governo. Para o senador, se seu plano tivesse sido executado, talvez o golpe militar de 1964 não tivesse ocorrido.

O senador Roberto Saturnino (PT-RJ) ressaltou que Celso Furtado integrou, em 1948, a recém-criada Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), órgão das Nações Unidas, berço do original pensamento econômico latino-americano. Dizendo-se emocionado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) frisou que, cultuado como economista, Celso Furtado exerceu com sucesso a pasta da Cultura no governo de José Sarney, em 1986, quando foi aprovada a primeira lei de incentivos fiscais à cultura.

Os senadores nordestinos destacaram a importância de Celso Furtado para o desenvolvimento do Nordeste, com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Somaram-se no apoio ao requerimento os senadores do PMDB Renan Calheiros (AL), Ramez Tebet (MS), Maguito Vilela (GO), Ney Suassuna (PB), José Maranhão (PB), Hélio Costa (MG), Mão Santa (PI), Luiz Otávio (PA) e Garibaldi Alves (RN). Discursaram em nome do PFL, os senadores José Agripino (RN), José Jorge (PE), Marco Maciel (PE), Efraim Morais (PB), Antonio Carlos Magalhães (BA), César Borges (BA) e Heráclito Fortes (PI). Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR), Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Heloísa Helena (PT-AL) manifestaram também seu apoio à candidatura de Celso Furtado ao prêmio Nobel de Economia.



11/11/2003

Agência Senado


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