Senado votará seguro obrigatório em eventos de massa



Para evitar que o público presente a grandes eventos, como a final da Copa João Havelange, fique desprotegido, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) apresentou projeto de lei que torna obrigatório o seguro contra danos pessoais em espetáculos de massa, como jogos de futebol e shows musicais. Este é um dos projetos que, segundo a Secretaria Geral da Mesa do Senado, devem ser incluídos na pauta da convocação extraordinária do Congresso, que poderá começar no próximo dia 22.

A proposta, apresentada por Lúcio Alcântara em 1999, altera a lei que dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, de 1966, incluindo entre os seguros obrigatórios os danos pessoais causados a participantes e espectadores de eventos de massa, em ambientes fechados ou não, em que seja cobrado o ingresso. O dispositivo passa a integrar a lista de seguros obrigatórios, que protegem passageiros de aviões, vítimas de acidentes de automóveis, edifícios e o crédito rural.

- Estamos preocupados com aquelas pessoas que, no afã da busca do lazer ou da cultura, vêem-se, não muito raro, surpreendidas por acidentes nos locais onde se realizam espetáculos - afirma o senador Lúcio Alcântara, que acredita que a medida não implicará aumentos significativos nos preços dos ingressos. A proposta tramita em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde o relator é o senador Wellington Roberto (PMDB-PB).

CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA

Além do projeto de Alcântara, a Secretaria Geral da Mesa do Senado listou outras propostas de senadores e da Presidência da República (veja matéria seguinte) que podem figurar entre as que constarão da pauta da convocação extraordinária, como os projetos que proíbem a comercialização de armas de fogo no país. Em tramitação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), onde o relator é o senador Pedro Piva (PSDB-SP), a matéria recebeu substitutivo do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O projeto de lei que institui o financiamento exclusivamente público de campanhas eleitorais também deve tramitar a partir de 22 de janeiro. A CCJ, que já aprovou parecer favorável ao projeto, do senador Sérgio Machado (PSDB-CE), analisa as emendas de Plenário, como a que institui um sistema misto, que, além do financiamento público, permite o financiamento privado das campanhas eleitorais.

Outro projeto que faz parte da reforma política e deve ser votado ainda este mês é o do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) que diminui o tempo de campanha eleitoral. O projeto, relatado na CCJ pelo senador José Jorge (PFL-PE), reduz o período entre o primeiro e segundo turnos, além de adiar a realização das convenções dos partidos para escolha de candidatos. Cabe à comissão votar a matéria terminativamente, sem necessidade de exame do Plenário, a menos que requerido por um décimo dos senadores.

A lista final dos projetos incluídos na convocação extraordinária deve ser definida na próxima semana pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, segundo o secretário-geral da Mesa, Raimundo Carreiro Silva.

04/01/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Começa consulta pública sobre eventos de massa

Eventos de massa terão norma para serviço de saúde

CAE vota parcelamento de seguro obrigatório de veículos

CAE VAI DEBATER PAGAMENTO DO SEGURO OBRIGATÓRIO DE VEÍCULOS

Começa audiência sobre seguro obrigatório de veículos

César Borges propõe aumento do seguro obrigatório