Senador diz que Brasil continua a ter graves problemas



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o país avançou muito pouco na área social nos últimos 10 anos e que grande parte de brasileiros vive à margem do processo econômico. Simon falou sobre a migração no Brasil, a seu ver tão intensa que o fenômeno pode ser definido como -um país em movimento, de nômades-, e alertou ainda para a explosão demográfica nas últimas décadas.

- A situação demográfica brasileira é explosiva. Em 1970, tínhamos 90 milhões de habitantes. Passados 30 anos, somos 170 milhões. Literalmente, em três décadas, o Brasil incorporou uma população próxima da Alemanha, o país mais populoso da Europa Central - disse Simon. O senador observou ainda que, em 1960, o Brasil tinha menos da metade de sua população nas cidades e que, já em 1990, a população urbana era de 75%.

Ao referir-se a textos que escreveu nos anos 90, Simon disse que os péssimos indicadores sociais configuravam, no Brasil, um verdadeiro apartheid social, onde só uma reduzida parcela da população usufrui dos benefícios da modernidade, enquanto a maioria vive numa situação pouco diferenciada da registrada na era da escravidão, durante o século 19. -Isso permanece inalterado-, afirmou o senador.

- Afirmei em meus textos que um dos problemas mais graves do Brasil e do mundo é o desemprego, pelo que gera de miséria e de desesperança em todos os países. No nosso país, o impacto da falta de oportunidades se agrava porque milhões de analfabetos tentam, sem sucesso, entrar em um mercado de trabalho que exige cada vez mais especialização e conhecimento. Passados tantos anos, esse problema permanece igual ou pior, como atestam as mais recentes pesquisas - concluiu.

O que se percebe, continuou o senador, é que, com o passar do tempo, houve poucos avanços no campo social, dado que a economia cresce em um ritmo muito fraco há mais de 20 anos, o que retarda, de certa forma, a solução desses problemas.



11/07/2003

Agência Senado


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