Senador diz que Conselho de Ética agiu por conveniência política



A atuação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, no processo de apuração da violação do painel eletrônico do Senado, foi duramente atacada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) em seu discurso de renúncia. Para o senador, ao aprovar o relatório que pedia a abertura de processo de cassação contra ele e o ex-senador José Roberto Arruda, o conselho deixou claro que objetivava uma condenação politicamente conveniente, "para deixar intacta a crise ética que rói as mais importantes instituições brasileiras".

Ainda que sem citá-lo nominalmente, Antonio Carlos fez claros ataques ao presidente do Conselho de Ética, Ramez Tebet (PMDB-MS): "Não serão esses falsos moralistas que traçarão o meu destino. Não serão os rábulas do Pantanal travestidos de bacharéis que se projetarão à minha sombra". Tebet é formado em Direito e atuou como promotor público na década de 60 no Mato Grosso.

O relator do processo, Roberto Saturnino (PSB-RJ), também foi alvejado pelas críticas de Antonio Carlos, para quem o senador do Rio de Janeiro desconhecia os fundamentos jurídicos que embasariam o seu relatório. "Eu fui considerado o prefeito do século em Salvador. Compreendo, embora não aceite, as atitudes de que quem já foi considerado o pior prefeito de toda a história do Rio de Janeiro", afirmou. Saturnino foi prefeito do Rio entre 1985 e 1988.

Antonio Carlos comentou também a lista com os votos dos senadores na sessão de cassação de Luiz Estevão. Reiterando ter destruído a relação dos votos, ele disse acreditar que ainda existem cópias que poderiam ser divulgadas. "O ex-senador Arruda poderia prestar um grande serviço à nação se a divulgasse. Quantos outros, ainda, iriam corar... É certo que faria sofrer aos que traíram seus partidos, repletos de dogmas, e às próprias consciências", disse.

30/05/2001

Agência Senado


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