Senadores admitem investimentos estrangeiros no ensino superior



O aporte de capital estrangeiro em instituições de ensino superior privadas no país foi bem recebido pelos senadores que debateram o assunto, nesta quarta-feira (29), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), autor do requerimento de audiência pública, disse não ter preconceito sobre a origem dos recursos: se vêm do Estado ou do setor privado brasileiro ou estrangeiro; para ele, o que importa são os princípios que irão nortear sua aplicação.

- É preciso um marco regulatório para a educação superior, mas também uma reforma universitária e a manutenção do Reuni [Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais] - afirmou o senador, acrescentando que o Brasil deve ter um papel relevante na era do conhecimento.

A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) afirmou ser a favor de investimentos estrangeiros no ensino superior se houver essa regulação e se reverterem na ampliação da oferta de vagas e bolsas de estudo para alunos carentes.

- Não vejo com preconceito a entrada de capital estrangeiro para ampliar as oportunidades no ensino superior. O Ministério da Educação também tem que fazer um acompanhamento das necessidades dos cursos universitários do país e adequá-los às demandas do mercado de trabalho - sugeriu.

Na avaliação do senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), o fato de o capital investido na educação superior ser estrangeiro ou nacional é um detalhe; o importante a observar é o interesse na origem desses recursos. Ao contrário de Cristovam e Rosalba Ciarlini, o parlamentar rejeitou a aprovação de um marco regulatório para esse processo.

Para o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), não faz muita diferença se a limitação para o ingresso de capital estrangeiro na educação superior será igual ou superior a 30%. O peemedebista também previu crise na educação superior privada e reclamou da desestruturação da gestão dessas instituições ocasionada por eventuais mudanças curriculares feitas pelo Ministério da Educação.



29/04/2009

Agência Senado


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