SENADORES AFIRMAM SOLIDARIEDADE A CAMATA E COBRAM DIREITO DE RESPOSTA



Dezessete senadores, inclusive Geraldo Melo (PSDB-RN), que presidiu a sessão nesta tarde de quarta-feira (dia 27), manifestaram sua solidariedade ao senador Gerson Camata (PMDB-ES). Muitos outros não conseguiram registrar pessoalmente seu apoio, mas o fizeram através dos dezessete que ocuparam o microfone. Vários deles cobraram uma legislação que assegure, nos casos de calúnia e difamação, direito de resposta imediato e na mesma forma e local em que foram veiculadas as acusações.Luzia Toledo (PSDB-ES) fez questão de levantar-se para registrar sua indignação com a revista. Segundo disse, o fato de os nomes de Elcio Alvares, Gerson Camata e Carlos Veloso terem sido citados como envolvidos com o narcotráfico tem a ver com "um governador que colocou o Espírito Santo no rumo certo", referindo-se a José Ignácio Ferreira. Já Paulo Hartung (PPS-ES) disse que não há como tapar o sol com uma peneira e não reconhecer que o estado tem problemas graves, que precisam ser corrigidos. "Mas não vamos superá-los com calúnia e difamação", afirmou, enfatizando que nunca viu o nome de Camata associado a crime organizado, narcotráfico ou violência. Gilvam Borges (PMDB-AP) considerou repugnante o que chamou de campanha sórdida e covarde contra o estado capixaba.Roberto Requião (PMDB-PR), por sua vez, leu documento da Executiva do PMDB-PR em apoio a Camata e defendeu projeto de lei de sua autoria que garante direito de resposta quase imediato, no mesmo espaço e forma. Aprovado por unanimidade no Senado, a proposta "dormita há três anos nas gavetas da Câmara". Ele apelou para que as lideranças do PMDB e dos outros partidos intercedam junto ao deputado Michel Temer, presidente da Câmara, para que o projeto seja finalmente votado.O líder do PMDB, senador Jader Barbalho (PA) assegurou que as lideranças políticas não cogitam cercear a liberdade de imprensa, mas avaliou que o direito de resposta proposto por Requião é mais do que justo e coerente com a própria liberdade de imprensa e com a democracia. Pedro Piva (PSDB-SP) observou que a postura tranqüila de Camata, sem irritação e sem altear a voz, era demonstrativa do repúdio devido à matéria publicada pela revista.O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), testemunhou o apreço, consideração e respeito desfrutado por Gerson Camata junto ao presidente da República e ao governo de modo geral. Hugo Napoleão (PFL-PI) alinhou sua trajetória política à de Camata - ambos foram governadores de seus estados no mesmo exercício, ambos foram eleitos e reeleitos senadores nos mesmos anos - para registrar que nunca o senador capixaba foi questionado, sob qualquer circunstância. Como ex-presidente nacional do PMDB, o senador José Fogaça (PMDB-RS), qualificou Camata como "um poço de simplicidade, é um mito em seu estado". Ele se disse saudoso da Lei de Imprensa aprovada pelo Senado em 1992 e engavetada na Câmara, pois ela prevê que "é proibido proibir, mas quem cometer os crimes de difamação, injúria e calúnia tem que assumir a responsabilidade pelo que fez". Arlindo Porto (PTB-MG) também elogiou o equilíbrio, a ponderação e a tranqüilidade de Camata. Saturnino Braga (PSB-RJ) declarou que Camata "é um brasileiro muito acima de todas as tentativas tolas e maldosas de calúnia" e foi secundado por Leomar Quintanilha (PPB-TO), convicto de que "a calúnia não atingirá" o senador capixaba.Ney Suassuna (PMDB-PB), que disse ter ficado revoltado ao ler a matéria da revista, atribuiu as acusações à politicagem do estado e ao repórter: "Em toda profissão há bons e maus". Amir Lando (PMDB-RO) reconheceu que pessoas públicas como Camata, quando acusadas, ficam inicialmente em posição desvantajosa e enfrentam rotas tortuosas para assegurar uma reparação, "mas ela virá". Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou a importância da atitude franca de Camata e avaliou que a matéria da revista é inconsistente. Francelino Pereira (PFL-MG) incentivou o senador pelo Espírito Santo a simplesmente continuar sendo o que sempre foi - transparente.

26/01/2000

Agência Senado


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