Senadores apelam à Câmara para manter decisão em favor dos aposentados



Em sessão especial de homenagem aos servidores públicos aposentados, nesta terça-feira (22), o senador Paulo Paim (PT-RS), com o apoio de um grupo de senadores, fez apelo à Câmara dos Deputados para que esta ratifique a decisão do Senado de aprovar o PLS 296/03 (de autoria do próprio Paim), que extingue o fator previdenciário, e o PLC 42/07, que contém diretrizes para o reajuste do salário mínimo até 2023, com emenda, também de Paim, que garante o mesmo percentual de aumento do salário mínimo aos aposentados e pensionistas.

O senador gaúcho disse que defende os trabalhadores, aposentados e pensionistas da área pública e privada desde a Constituinte de 1988, quando diziam que seus projetos eram utópicos e que quebrariam a Previdência. Ele afirmou que, da mesma forma, há um mais de um século os que eram contra a abolição da escravatura diziam que libertar os escravos iria quebrar o país. Hoje, os argumentos dos que são contra os aumentos do salário mínimo e das aposentadorias são os mesmos, disse Paim.

Por sua vez, o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) destacou que o objetivo dos servidores públicos aposentados é a paridade com os servidores ativos. Mário Couto (PSDB-PA) disse que, em pouco mais de um ano de mandato, dedicou 60% dos seus discursos à causa dos aposentados e pensionistas e aos servidores públicos.

- No caso de vocês, servidores públicos, eu estou olhando para uma platéia que sofreu, com certeza, durante todo o seu trabalho, o desprezo do governo - dos governos - e o desrespeito da sociedade com o servidor público - estacou Zambiasi.

O senador Inácio Arruda (PC do B-CE) disse que a política neoliberal do "Estado mínimo" foi sustentada pelos governos anteriores ao governo Lula em detrimento do serviço público e dos servidores.

Os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Marconi Perillo (PSDB-GO) prometeram ir pessoalmente à Câmara para pedir aos deputados que aprovem os projetos.

- Vamos ao Arlindo Chinaglia para que ele paute os projetos. Se os projetos forem vetados pela Presidência da República, vamos derrubar o veto - disse Flexa Ribeiro, no seu discurso.

A valorização do serviço público foi também defendida pelo senador Marconi Perillo. Ele disse que sua experiência de governador de Goiás o ensinou a valorizar o serviço público.

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse ter quase certeza de que os deputados não faltarão aos anseios dos aposentados e vão manter a decisão do Senado de aprovar os projetos. Valadares argumentou que o crescimento econômico e o aumento do emprego formal têm diminuído o déficit da Previdência. Por isso, segundo ele, é uma falácia dizer que os benefícios aprovados no Senado vão quebrar a Previdência.

Os elogios ao senador Paim predominaram nos discursos dos senadores durante a sessão. O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse, que antes de chegar ao Senado, no Piauí, já ouvia falar em Paim, que simbolizava a luta de valorização do trabalho e do salário.

- Digo ao país e ao Luiz Inácio que nós é que ajudamos o governo. Nós não somos contra ninguém. Somos a favor do povo, da pátria. Mas temos um entendimento. Do meu ponto de vista - entendo bem as coisas -, a obra mais importante deste governo é a valorização do salário mínimo - declarou Mão Santa.

O líder do DEM, senador José Agripino (RN), disse que "é bom homenagear uma figura (Paulo Paim) que é corajosa, que é governo, e que, mesmo sendo governo, enfrentando causas que não agradam ao presidente da República, defende o interesse do aposentado". Agripino disse que está ao lado das boas causas.

- Uma causa em prol do Brasil, que está crescendo, cuja economia está aumentando a quantidade de tributos pagos para que o caixa da União possa fazer a distribuição de benefícios com sinceridade. Continuamos atentíssimos à questão do fim da contribuição previdenciária para os aposentados - declarou Agripino.

Representando a liderança do PSDB, o senador Papaléo Paes (AP) disse que seu partido é extremamente preocupado com a questão social relacionada aos aposentados e pensionistas.

O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse que é funcionário público e defende abertamente a categoria.

- Sou servidor público federal. Em dois, três ou quatro anos, estarei também me aposentando. Sou membro de uma corporação importante neste país, procuradores da Fazenda Nacional. E faço questão de dizer corporação mesmo - declarou Mesquita Júnior.

Já o senador Romeu Tuma (PTB-SP) lembrou que é servidor público aposentado, pois atuou por 50 anos na segurança pública. Ele disse que durante esse trabalho teve que formar grupos especiais de policiais para investigar fraudes da Previdência. Tuma disse que as fraudes precisam ser investigadas e punidas, pois ainda hoje ocorrem.

Garibaldi diz que na sua gestão projetos não serão engavetados



22/04/2008

Agência Senado


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