Senadores apoiam comissão para debater competitividade no país



Senadores presentes à audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Acompanhamento da Crise Financeira e de Empregabilidade, nesta terça-feira (14), respaldaram as reivindicações do empresário Jorge Gerdau em prol da competitividade do setor produtivo brasileiro. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau propôs a criação de uma comissão com representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, de empresários, trabalhadores e dos governos estaduais para traçar estratégias de retomada da competitividade, principalmente no setor exportador.

O primeiro a apoiá-lo foi o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), para quem essa comissão precisa trabalhar em três frentes: desoneração dos investimentos, das exportações e do emprego. Em seguida, o senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) protestou contra os sucessivos aumentos de carga tributária para financiar os gastos públicos correntes, com reflexos negativos sobre a competitividade do setor produtivo.

Em resposta a questionamentos do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Jorge Gerdau disse não ter condições de dimensionar o tamanho da crise financeira mundial no Brasil, embora tenha se mostrado convicto ao afirmar que as pequenas empresas são as mais prejudicadas pelo impacto da crise no sistema de crédito. Já ao responder ao senador Jefferson Praia (PDT-AM), concordou que os programas sociais são solução inteligente para aquecer a demanda interna, mas ponderou que pode levar a distorções no mercado de trabalho.

Após considerar positiva a proposta de comissão sugerida pelo empresário, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou sistema de transferência de renda para o trabalhador implementado nos Estados Unidos, bancado por empresas e pela sociedade. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) apontou como empecilho à competitividade o cumprimento à risca do Código Florestal Brasileiro, que só disponibilizaria 33% do território brasileiro para a produção agropecuária e ocupação por cidades.

O empresário Jorge Gerdau também endossou proposta do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), apoiada pelo senador Adelmir Santana (DEM-DF), de criação de um indicador de investimento mínimo a ser feito pelo poder público. Para o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB), a Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e de Empregabilidade é uma grande oportunidade para o Congresso fazer a reforma tributária demandada pelo país.

Em suas intervenções, os senadores José Agripino (DEM-RN), João Tenório (PSDB-AL) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG) consideraram que não há chances de retomada da competitividade no setor produtivo sem reduzir o tamanho do Estado brasileiro. Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que propôs a vinda do empresário ao Senado, Jorge Gerdau é um dos poucos representantes do setor produtivo a manter uma preocupação constante com questões sociais e melhoria da estrutura estatal no país.

Por fim, Jorge Gerdau afirmou, em resposta a questionamento do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), não ser muito tolerante à investida de empresas estrangeiras para a compra de jazidas no Brasil. Enquanto o presidente da Comissão da Crise, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), pediu ao empresário a elaboração de uma minuta de proposta de desoneração dos investimentos na exportação e no emprego, o presidente da CAE, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), lançou o desafio de vê-la aprovada o mais rapidamente possível pelo Congresso.



14/04/2009

Agência Senado


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