Senadores apóiam criação da CPI
Senadores que integram o bloco de apoio ao governo e também representantes da oposição manifestaram apoio ao pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar o uso de cartões corporativos. O pedido foi protocolado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Nesta quinta-feira (7), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou estar "feliz" por ter sido o governo a tomar a iniciativa.
O senador disse esperar que, além da apuração das denúncias de mau uso dos cartões corporativos, haja punição de eventuais culpados por gastos irregulares. Cristovam afirmou que os parlamentares não podem deixar o governo tentar abafar nenhuma investigação - se houver qualquer intenção nesse sentido - e que, por isso, o relator da CPI não pode ser um senador do bloco de apoio ao governo.
Cristovam defendeu que a CPI seja tornada mista - com parlamentares do Senado e da Câmara dos Deputados. Na opinião do senador, isso daria "mais grandeza" à comissão. O senador acredita ainda que esse colegiado será diferente da CPI das ONGs, que vem encontrando dificuldades para se reunir.
- Está todo mundo de olho no uso de cartões de crédito. A confirmação de uso equivocado (dos cartões) pode trazer sérios riscos para o governo - afirmou.
O senador acredita que os gastos com segurança nacional devem ser resguardados, mas não vê motivo para que todos os gastos da Presidência da República sejam protegidos. Cristovam sugeriu que o governo apresente os gastos que considerar secretos à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional que tem como principal atribuição os assuntos relacionados à segurança nacional, a fim de que o Parlamento possa analisar e aprovar esses gastos.
Cristovam Buarque defendeu a transparência dos gastos do Legislativo também e informou que, a partir desse mês publicará, na Internet, seus gastos com o uso da verba indenizatória, também conhecida como "verba de gabinete".
- Não pode haver transparência apenas para o Executivo. Tem que ter também para o Legislativo e para o Judiciário - afirmou.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que publicará também na Internet seus gastos de gabinete, que, segundo o senador, não chegam a um terço dos R$ 15 mil mensais a que tem direito.
Suplicy considerou a iniciativa do governo de pedir a criação da CPI para investigar os gastos do governo com cartões corporativos "uma iniciativa positiva e extremamente saudável". Afirmou não ter objeções a que a CPI se transforme em mista, mas lembrou que isso depende de haver assinaturas suficientes de deputados.
- O presidente Lula pediu transparência e transparência total, em tempo real, é a melhor maneira de prevenir irregularidades - disse.
Suplicy avalia a criação da CPI como uma grande oportunidade de criação de normas mais claras, estabelecidas por projeto de lei, para controlar os gastos com cartões de crédito corporativos.
O senador Romeu Tuma (PTB-SP), que assinou o requerimento pela criação da CPI, disse acreditar que há fatos importantíssimos a serem apurados. Como exemplo citou a informação de que um segurança ligado à Presidência da República teria comprado, entre outros bens, uma esteira para fazer exercícios físicos.
- Mesmo que a esteira seja para o treinamento físico do segurança, de quem é esse patrimônio? É do Estado, não pode ficar no nome do portador do cartão - afirmou.
07/02/2008
Agência Senado
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