Senadores apóiam sugestões de Hartung



Vários senadores apartearam Paulo Hartung (PPS-ES) para apoiar sua proposta de suspender a privatização das empresas de energia elétrica. Afirmando que o governo não executa os programas de ampliação de oferta de energia com a velocidade exigida pelo país, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) citou o programa de instalação de dois milhões de bloqueadores, que poderiam proporcionar 20% de economia para os consumidores. Segundo o senador, as empresas são obrigadas a investir 1% dos seus respectivos faturamentos no programa, não o fazem e o governo "empurra com a barriga" e não fiscaliza. O programa consiste em comprometer o usuário com a não utilização de aparelhos que consumam muita energia (chuveiro e ferro de passar, por exemplo) em horários de pico, aceitando a instalação de um bloqueador, que fornece apenas a energia necessária à iluminação naquele período.

Tramita no Senado, lembrou o senador José Eduardo Dutra (PT-SE), projeto de decreto legislativo que submete a privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco a um plebiscito prévio, apresentado por ele e pela senadora Heloísa Helena (PT-AL). Já o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) informou ser autor de projeto que torna obrigatória a realização de plebiscito nas privatizações de empresas de energia elétrica e de abastecimento de água.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) enfatizou que não aceita a interpretação de que os senadores da CCJ teriam sido surpreendidos pelo projeto do senador Roberto Freire (PPS-PE) e o teriam aprovado inadvertidamente. "O presidente da CCJ, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), é um homem sério e competente, e acredito que tenha chamado a atenção de todos para a importância do que estava sendo votado", afirmou Simon.

Em concordância com os demais, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que o governo deveria ser alertado pelos seus líderes para as dificuldades políticas e técnicas de fazer a privatização de Furnas agora. "Não sou contra as privatizações. Mas o povo, no momento, não deseja isso", afirmou. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou que o governo paulista está considerando a privatização das Centrais Elétricas de São Paulo (CESP), medida que, a seu ver, não deveria ser levada adiante. Já o senador Antero de Barros (PSDB-MT) depôs que a privatização do setor elétrico deu certo no Mato Grosso. "Não fosse a privatização, o estado estaria às escuras agora", garantiu.

11/04/2001

Agência Senado


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