Senadores apontam erro e manipulação de pesquisas
Depois de afirmar que houve erros superiores a dez pontos percentuais nas pesquisas eleitorais do último domingo, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) defendeu que as empresas responsáveis por elas sofram algum tipo de punição da Justiça. Já o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) criticou o que considera uma tentativa de manipulação da opinião pública pelos institutos de pesquisa e pelo governo federal durante a campanha.
Para Cavalcanti, é inaceitável que essas empresas "ganhem milhões de reais, errem e tudo fique por isso mesmo". Segundo ele, os "enormes erros" das empresas enganam o eleitor, que é induzido a errar; a imprensa, que faz a divulgação; e os próprios candidatos, que agem de acordo com os resultados, afirmou.
- Quando um juiz de futebol começa a errar, logo ele é afastado. Por que institutos podem errar ano após ano e continuar oferecendo seus dados ao público? No meu estado, a Paraíba, o candidato ao Senado que estava em último lugar foi o eleito. Como isso pode acontecer?
Mesquita Júnior, por sua vez, avaliou que as recentes pesquisas de intenção de voto foram mal elaboradas e tiveram - "felizmente sem sucesso" - o objetivo de influenciar a população brasileira em favor de candidatos governistas.
- Como já vem acontecendo nos últimos processos eleitorais, a população de meu estado mostrou, e isso é um exemplo para o país, que também exercitou a prática de dar valor aos seus ouvidos, ou seja, não deu ouvidos, não se deixou influenciar por pesquisas tendenciosas, por pesquisas compradas e encomendadas - disse.
Geraldo Mesquita Júnior também acusou o presidente Lula de fazer propaganda extemporânea, por ter realizado, na segunda-feira, reunião política no Palácio da Alvorada, antes de o Tribunal Superior Eleitoral ter autorizado o início da campanha para o segundo turno.
Sucesso brasileiro
Roberto Cavalcanti também enalteceu empresas brasileiras que vêm obtendo sucesso no exterior, citando a Vale e a Petrobras. Disse que o último caso coube a um grupo de investidores brasileiros reunidos na 3G Capital, que comprou o controle da rede norte-americana de fast food Burger King.
Por trás do sucesso de empresas brasileiras no exterior, na avaliação do senador, "há uma política de Estado bem definida para esse fim" executada pelo governo Lula.
O BNDES, ressaltou Cavalcanti, dispõe inclusive de uma linha de crédito específica para a internacionalização de empresas brasileiras, "com resultados já bastante significativos". Registrou ainda que, em setembro, a GE americana anunciou que investirá cerca de R$ 200 milhões em um centro de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no Brasil.
- A decisão é bastante emblemática: já não somos mais apenas importadores ou meros montadores dos produtos eletrônicos mais modernos. Temos, agora, a necessidade e a condição de desenvolvê-los conjuntamente - afirmou o senador, que recebeu o apoio de Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Jornal do Senado07/10/2010
Agência Senado
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