Senadores chilenos e brasileiros debatem situação da América do Sul



A criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a presença de tropas brasileiras e chilenas no Haiti, a construção de um corredor de transportes bi-oceânico e os biocombustíveis foram os principais temas do encontro realizado, nesta quinta-feira (12), entre senadores do Brasil e do Chile. O debate ocorreu durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Acompanhado do embaixador chileno em Brasília, Álvaro Humberto Diaz Pérez, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado do Chile, Jaime Gazmuri, elogiou o compromisso brasileiro com a criação da Unasul. A nova organização, disse ele, poderá servir como "voz comum da América do Sul diante do mundo".

Ao lembrar a intenção de se criar um órgão parlamentar ligado à Unasul, Gazmuri disse não ser a favor de "se multiplicarem instituições que não tenham função objetiva definida". Isso porque, além desse novo órgão, já estão em funcionamento o Parlamento do Mercosul e o Parlamento do Pacto Andino.

O presidente da comissão chilena adiantou que os senadores de seu país queriam ainda trocar opiniões com os brasileiros a respeito da presença de tropas dos dois países no Haiti, dentro de uma missão de estabilização da Organização das Nações Unidas (ONU). Em sua opinião, deveria ser estabelecido um prazo limite para a retiradas das tropas. Gazmuri manifestou ainda o interesse na construção do corredor bi-oceânico de transportes, que permitirá o acesso de produtos brasileiros ao mercado asiático, pelo Oceano Pacífico, e de produtos chilenos aos portos do Oceano Atlântico.

Em resposta, o presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), classificou a criação da Unasul como um "avanço para o continente" e ressaltou as responsabilidades de Brasil e Chile na manutenção da estabilidade na América do Sul. Pediu ainda ao senador João Tenório (PSDB-AL) que comentasse com os colegas chilenos o programa brasileiro de biocombustíveis.

João Tenório informou ter participado de conferência sobre o aumento de preços dos alimentos, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma. Ele disse entender a preocupação dos europeus - que sofreram duas grandes guerras - com a segurança alimentar. Mas ressaltou que em regiões como a América Latina ainda existem vastas áreas para a produção de biocombustíveis.



12/06/2008

Agência Senado


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