Senadores comentam prisão de Jader Barbalho



Senadores da base governista e de oposição comentaram nesta segunda-feira (18) a prisão do ex-senador Jader Barbalho, por dezesseis horas, na carceragem da Polícia Federal de Palmas (TO), no último sábado (16).

- Se um juiz tinha fundamentos para prender não é possível que outro juiz tenha fundamentos para soltar. A sociedade fica confusa - afirmou o senador Osmar Dias (PDT-PR), referindo-se à decisão do presidente da Tribunal Regional Federal (TRF), Fernando Tourinho Neto, que revogou a prisão preventiva decretada pelo juiz Alderico Rocha Santos.

Já a senadora Heloísa Helena (PT-AL) declarou que o episódio comprova a necessidade de o Senado discutir a reforma do Judiciário. A parlamentar defendeu o controle externo do Judiciário pela sociedade. Só dessa maneira, acrescentou, "será possível fazer com que a lei seja tão implacável com os poderosos quanto é com os mais fracos".

Heloísa Helena disse também que a legislação atual permite que a população tenha a sensação de impunidade em relação a crimes do colarinho-branco. A senadora optou por não fazer uma avaliação sobre qual das duas decisões judiciais foi correta, mas ressaltou, na condição de integrante do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que "lugar de quem comete crime é na cadeia".

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou ter ficado surpreso com a prisão do companheiro de partido. Simon disse ainda não ser possível que em questão de horas o Judiciário tome decisões tão contraditórias. Para o senador gaúcho, as algemas utilizadas durante a prisão de Jader teriam sido uma provocação da polícia, que estaria interessada em se exibir para as câmeras.

Simon criticou a possível utilização política do caso Jader pelo PFL. Para ele, somente os partidos de oposição poderiam fazer "uso político" da prisão de Jader Barbalho, que foi presidente do PMDB e apoiou a coligação que elegeu Fernando Henrique Cardoso.

Ao comentar o uso de algemas durante a prisão de Jader, o vice-líder do governo, senador Romero Jucá (PSDB-RR), disse que "houve um exagero da polícia, extremamente interessada em mostrar serviço". Na avaliação de Jucá, o fato de o preso ser um político não deve motivar um linchamento moral. Ele sustenta que, por melhores que sejam as intenções, não se pode antecipar um julgamento e cometer excessos.



18/02/2002

Agência Senado


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