Senadores da base do governo defenderam MP do trem-bala



Senadores da base do governo no Senado manifestaram-se favoráveis à aprovação do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 7/2011 que autoriza financiamento de até R$ 20 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Trem de Alta Velocidade (TAV), mais conhecido como trem-bala.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o governador Geraldo Alckmin é favorável à construção do trem-bala. Para ele, o governador, que integra um partido de oposição (o PSDB), é uma "pessoa de muito bom senso e de enorme responsabilidade".

Já o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) argumentou que o trem de alta velocidade contribui para o meio ambiente, uma vez que jogará na atmosfera 13 quilogramas (kg) de gás carbônico (CO²) por passageiro, enquanto o avião elimina 80 kg de CO ² por passageiro.

O representante de Sergipe lembrou quando o Brasil importava plataformas petrolíferas, mas depois dominou sua tecnologia e hoje as exporta. De acordo com Valadares, a mesma coisa acontecerá com os trens de alta velocidade.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que não é correto dizer, como fizeram alguns senadores, que os sistemas de trens de alta velocidade são deficitários no mundo inteiro. De acordo com o parlamentar, as operações japonesa e coreana são altamente lucrativas.

Ele afirmou que os investimentos em linhas férreas de média velocidade equivalem a 70% dos necessários para o trem de alta velocidade. Disse ainda que o estudo de demanda do projeto foi feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma instituição muito conscienciosa no fornecimento de empréstimos.

Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) defendeu a aprovação da proposta argumentando que a urgência e a relevância devem ser analisadas sob a ótica política. Para a parlamentar, a questão é urgente e relevante por se tratar de uma obra de grande vulto. Gleisi disse ainda que considera justo o BNDES receber mais aporte do Tesouro da União, pois sem esse aporte o Brasil não estaria investindo em grandes obras de infraestrutura.

- As operações do BNDES não são prejudiciais, pois vêm registrando lucros recordes - afirmou.

Para Marcelo Crivella (PRB-RJ), o trem-bala vai impulsionar e oxigenar o desenvolvimento do país. Ele recordou que a viabilidade do empreendimento é estudada no Brasil desde o início dos anos 1990 e que os melhores técnicos do BNDES e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já analisaram pormenorizadamente a qualidade técnica do projeto. Ele assinalou que as mesmas críticas que o TAV recebe atualmente foram feitas à construção de Brasília, da rodovia Belém-Brasília e do Maracanã.

- É rentável, é viável, e será um sucesso sem precedentes. O progresso do Brasil requer de nós coragem; vamos pensar essa nação e construir o Brasil de nossos sonhos! - disse Crivella.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também comparou a construção do trem-bala à construção de Brasília. Mas lembrou que a nova capital descentralizou o país, enquanto o trem de alta velocidade irá interligar as duas maiores cidades brasileiras (São Paulo e Rio de Janeiro). Ela pediu reciprocidade para outras regiões do país, com a aplicação efetiva dos recursos constantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para áreas como a mobilidade urbana.



13/04/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senadores manifestam preocupação com investimentos no trem-bala

Trem-bala, metrô e pedágios dividem senadores em novo programa da TV Senado

Governo publica lei que cria empresa estatal do trem-bala

Governo defende ramal para Campinas do trem bala SP-RJ

Simon sugere ao governo que 'deixe na gaveta' o projeto do trem-bala

Aloysio Nunes critica projeto do trem-bala e diz que discurso de austeridade do governo é desmentido pelos fatos