Senadores desmentem suposto acordo entre PMDB e PT para salvar Renan e garantir CPMF
Após a leitura, pelo presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), do requerimento que solicitou a ampliação do período de afastamento do presidente licenciado Renan Calheiros (PMDB-AL) por mais 34 dias, representantes do PMDB e do PT usaram a palavra para negar o suposto acordo que estaria sendo costurado nos bastidores para salvar o mandato de Renan em troca da aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC 89/2007) que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até dezembro de 2011.
Líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), garantiu que não participou e que não ouviu, em momento algum, "qualquer conversa nesse sentido", e que Renan Calheiros amplia sua licença justamente para "deixar o Senado à vontade para tratar dos assuntos do interesse do país".
- Não se deve vincular uma coisa à outra - disse.
Já o senador Sibá Machado (PT-AC) atribuiu as especulações à mera desconfiança de alguém.
- Como desconfiança, tem sua razão; como fato, nós repudiamos - disse.
As especulações acerca de um acordo, que começaram a circular nos jornais do fim-de-semana, chegaram ao Senado na última segunda-feira (19), e levaram o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, a transferir para a próxima semana a leitura, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do relatório sobre o projeto de resolução do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomenda a perda de mandato de Renan. A CCJ deve analisar a constitucionalidade, juridicidade e legalidade do parecer do conselho, antes que o mesmo seja encaminhado à votação em Plenário.
Voto aberto
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) atribuiu o "ruído" sobre um suposto acordo às manobras protelatórias empregadas para atrasar a votação das propostas de emenda à Constituição (PECs 38/04, 50/06 e 86/07) que acabam com o voto secreto. Prontas para apreciação, elas receberam emendas de autoria do senador Almeida Lima (PMDB-SE) e tiveram que retornar à CCJ.
- Não haveria qualquer dúvida sobre acordo se o voto fosse aberto. Tínhamos que deliberar de forma transparente. O fato de a sessão ser aberta não resolve esse impasse - observou.
21/11/2007
Agência Senado
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