Senadores destacam luta da Maçonaria por ideais democráticos



Durante a sessão especial realizada pelo Senado para celebrar o Dia do Maçom, nesta quarta-feira (20), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que "o momento é de restaurar a base ética do país, solapada por tantos escândalos". Ele acrescentou que a Maçonaria precisa "empunhar a bandeira da ética por todos os cantos do Brasil, lutando pelas garantias individuais, pela liberdade e pela honradez, como sempre fizeram no passado".

Alvaro Dias ressaltou que os ideais liberais e democráticos e o combate à ditadura estão entre os pilares do pensamento histórico dos maçons. Ele ressaltou ainda que esses ideais devem nortear os governantes e a população.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), se os maçons "conseguiram a proclamação da república e a abolição, está na hora de lutarem para completar esse processo, porque a nossa república não está completa, a nossa abolição não está completa". Segundo Cristovam, apesar do desenvolvimento econômico, o Brasil não incorporou os ex-escravos nem os brancos pobres. Ele frisou que "a luta da Maçonaria no Brasil sempre ocorreu do lado certo".

O senador Romeu Tuma (PTB-SP), por sua vez, disse que a Maçonaria é uma associação universal de homens livres e de bons costumes que cultivam a justiça social e os princípios da liberdade, da democracia e da igualdade, sem prejuízo da fraternidade e do aperfeiçoamento intelectual.

Já Mão Santa (PMDB-PI) lembrou Rui Barbosa, que, segundo ele, simboliza os ideais da república defendida pelos maçons.

- Ele nunca chegou à Presidência da República, mas ninguém traduziu os sentimentos republicanos, e as bases éticas que lhes são necessárias, como o fez Rui Barbosa - afirmou o senador.

O senador José Nery (PSOL-PA) destacou que os maçons sempre difundiram a fraternidade e a liberdade entre os homens, e que é necessário consolidar no Brasil uma sociedade em que haja paz e justiça social. Ele declarou que os maçons podem contribuir, decisivamente, para tornar esse sonho uma realidade palpável.

Em relação à Amazônia, que, segundo José Nery, é destinatária de tanta cobiça e atitudes predatórias em relação a suas riquezas naturais, o senador defendeu a necessidade de se "cerrar fileiras" para defender seu destino. Segundo o senador, há quase 25 milhões de amazônidas que "não podem ficar alijados do desenvolvimento nacional".

O senador João Vicente Claudino (PTB-PI) saudou o mestre da Maçonaria de seu estado, Bernardo Sampaio Pereira, que, segundo ele, trabalhou muito para atenuar os problemas sociais e socorrer as populações carentes da região. O senador lembrou que, em outubro próximo, os maçons do Piauí vão comemorar o sesquicentenário de sua chegada ao estado, em 1858, com a criação da Loja Caridade II.

Segundo o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), a atividade dos maçons no país começou quando o Brasil ainda era colônia de Portugal. Ele também afirmou que a luta da Maçonaria pela democracia não cessou nem durante a ditadura militar, quando os maçons, destacou ele, defenderam a volta das eleições diretas, a anistia e a repatriação dos exilados.

Ao encerrar a homenagem, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que presidiu a sessão, agradeceu a presença em Plenário de todos os maçons e não-maçons.

Laura Fonseca e Geraldo Sobreira / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



20/08/2008

Agência Senado


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