SENADORES DIZEM QUE ESTEVÃO DEVERIA TER RECONHECIDO QUE MENTIU
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse, durante reunião da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça destinada a analisar o prosseguimento ou não do processo de cassação do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), que o dado mais importante da representação contra Estevão é o fato de o senador pelo Distrito Federal haver mentido em seu depoimento a CPI do Judiciário.- É possível recuperar a confiança das pessoas se o indivíduo admite que errou e até mesmo que mentiu ou omitiu a verdade. Isso aconteceu com o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que não foi cassado pelo Congresso exatamente porque reconheceu que errou. O respeito ao decoro refere-se ao respeito à verdade, mesmo que ela, às vezes, seja dura e possa ferir as pessoas - declarou Suplicy.Esta foi também a síntese do pronunciamento do senador Roberto Freire (PPS-PE) para quem as "tentativas de obstrução dos trabalhos e as contradições verificadas nos depoimentos perante à CPI" serviram para orientar o processo em avaliação.- Nós não estamos emitindo opinião ou juízo sobre ilícito penal de quem quer que seja. O que julgamos são atos recentes de um senador sobre uma relação no mínimo promíscua que cada vez mais são evidenciadas - afirmou.Já o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) reportou-se ao relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM) para lembrar que atos pretéritos dos senadores não são irrelevantes se provocam projeção sobre a atuação presente do parlamentar. Ele citou, especificamente, a suposta pressão que Luiz Estevão teria exercido sobre os funcionários da CPI do Judiciário para evitar que as investigações em negócios irregulares - onde seu nome apareceria - prosseguissem.Dutra acrescentou que a defesa do senador "pinçou" apenas o que interessava nas apurações feitas pela CPI, citando por exemplo, o fato de Estevão não admitir ter sido dono da Incal - responsável pelas obras do TRT/SP - "mesmo o tendo sido, ainda que por poucas horas".- Estevão atravessou o caminho da CPI nas investigações sobre as obras do TRT/SP para evitar as conclusões sobre sua participação nas negociações. Ele também afirmou, em seu depoimento à CPI, que só possuía dois empreendimentos com o Grupo Monteiro de Barros e isso não corresponde à verdade - avaliou Dutra.
21/06/2000
Agência Senado
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