Senadores dizem que Projeto Ficha Limpa aproxima o Congresso da sociedade
Durante a discussão do projeto Ficha Limpa, vários senadores ocuparam a tribuna para elogiar a proposta. O senador Marco Maciel (DEM-PE), depois de lembrar que o projeto foi uma iniciativa popular, sustentou que "inicia um período em que o Congresso estará mais próximo da sociedade". Para ele, a proposta "produz um grande resgate ético" e ponderou que o próximo passo deve ser uma reforma política.
A senadora a Marina Silva (PV-AC), que suspendeu a licença e reassumiu o mandato para votar o projeto, lamentou que, na Câmara, os deputados da base do governo tenham feito "manobras protelatórias" e, por isso, explicou, o Ficha Limpa demorou 222 dias para exame naquela Casa. No Senado, salientou, o projeto tramitou "em poucos dias". Marina Silva considerou democrático e necessário o uso do "constrangimento ético" por parte da mídia e de organizações da sociedade para pressionar os parlamentares com objetivo de aprovar projetos de interesse da sociedade.
O senador José Agripino (DEM-RN) observou que "a indignação nacional foi ouvida" pelo Congresso e elogiou o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) por ter encontrado a forma regimental para a votação do projeto dos "fichas limpas" , mesmo com a pauta do plenário trancada por medidas provisórias e por um projeto em regime de urgência. Ele destacou que, apesar de pouco noticiado, um dos artigos aumenta de 3 anos para 8 anos o período de inelegibilidades. "Era para inglês ver, pois um cassado no início do mandato poderia se candidatar já nas eleições seguintes", disse Agripino.
Já o senador Almeida Lima (PMDB-SE) criticou o Judiciário por demorar em seus julgamentos, permitindo que pessoas acusadas, mas sem condenação, se candidatem nas eleições. Ele exortou o eleitor a se informar sobre os candidatos, evitando o voto em pessoas acusadas em processos judiciais.
Por sua vez, Alvaro Dias (PSDB-PR) opinou no sentido de que o projeto é "o início da reedificação da credibilidade do Congresso perante a sociedade" e alertou que, se o projeto não tiver validade para as eleições de outubro próximo, "haverá muita frustração dos eleitores". A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) disse entender que o projeto "é uma prova de que o Congresso pode dar a volta por cima e contar novamente com a credibilidade perante o povo". Romero Jucá (PMDB-RR) manifestou que se trata "de um avanço" e sinaliza "para um futuro melhor"
Augusto Botelho (PT-RR), Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e Mão Santa (PSC-PI) disseram que a votação era "um momento histórico". Botelho comparou a importância dos "fichas limpas" à Lei de Responsabilidade Fiscal. Papaléo Paes (PSDB-AP) disse ser equivocada a "impressão das pessoas" de que os políticos "chegam santos no Congresso e só depois se tornam satanás". Para ele, os políticos desonestos "já eram assim" antes de chegar ao mandato parlamentar.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que um grupo de parlamentares entregasse o projeto, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também enalteceram o projeto os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Paulo Paim (PT-RS), Serys Slhessarenko (PT-MT), César Borges (PR-BA), Renato Casagrande (PSB-ES), Mário Couto (PSDB-PA), Magno Malta (PR-ES), Gim Argello (PTB-DF), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Cristovam Buarque (PDT-DF), Jayme Campos (DEM-MT), Valter Pereira (PMDB-MS), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Fátima Cleide (PT-RO).
19/05/2010
Agência Senado
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