Senadores elogiam competência de delegação brasileira em Cancún
Os senadores que participaram da audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) sobre a 5ª Conferência Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), realizada em Cancún, México, elogiaram a competência da equipe de negociadores brasileiros liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O Senado Federal foi representado no evento pelos senadores Heráclito Fortes (PFL-PI), Jonas Pinheiro (PFL-MT) e José Maranhão (PMDB-PB).
Em resposta a indagações do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), o chanceler Celso Amorim informou que, embora não tenham sido tema central, as barreiras fitossanitárias aos produtos agrícolas sempre estão presentes em reuniões da OMC e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá visitar seis países árabes em dezembro, devendo tratar, entre outras, de questões comerciais.
O senador João Capiberibe (PSB-AP) quis saber se os -temas de Cingapura- poderiam constar da agenda do G20-Plus, inserção que Amorim considerou difícil de ocorrer, pela existência de opiniões divergentes no grupo sobre alguns assuntos. Já o senador Heráclito Fortes ressaltou a -experiência e capacidade de articulação- demonstradas por Celso Amorim e perguntou sobre a perspectiva de novas adesões ao G20-Plus, ao que o chanceler respondeu que a gravitação de países no grupo é grande.
Quanto ao senador Jonas Pinheiro, indagou as expectativas do ministro das Relações Exteriores sobre possíveis desdobramentos, na conferência de Genebra, das discussões travadas em Cancún. Amorim respondeu que espera que as potências mundiais que tentaram impor seu ponto de vista em Cancún possam digerir o que ocorreu lá e, a partir daí, apresentem novas bases de negociação. Sobre a discrepância na taxação dos produtos agrícolas brasileiros nos Estados Unidos, levantada pelo senador Marcelo Crivella (PL-RJ), o chanceler observou que a OMC é o fórum ideal para discussão de barreiras tarifárias e não-tarifárias.
O presidente da CRE, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), quis saber em que medida o resultado de Cancún afeta as negociações do Brasil para adesão à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Celso Amorim disse que nenhuma negociação entre blocos econômicos regionais ou hemisféricos deve substituir a OMC, já que é lá que as regras fundamentais sobre comércio internacional são definidas.
18/09/2003
Agência Senado
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