Mercadante critica protecionismo dos ricos e elogia postura brasileira em Cancún
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), classificou como uma -vitória política e diplomática- do Brasil e dos países pobres o impasse na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Cancún, no México.
- A Rodada Uruguai havia sido a reunião em que prevaleceu a agenda dos ricos, e havia a promessa de que Cancún seria a da agenda dos pobres, mas isso não aconteceu - disse Mercadante.
Nesta segunda-feira (22) o senador leu trechos de um artigo que publicou no jornal Folha de S. Paulo no último fim de semana, em que menciona o fato de que uma vaca norte-americana ou européia vive com US$ 2 ao dia, enquanto um ser humano dos países pobres dispõe de apenas US$ 1. -E o número de pessoas que vive sob essa realidade é de 1,2 bilhão-, acrescentou.
O líder do governo disse que o subsecretário do Comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, criticou a postura do Brasil no encontro de Cancún, mas que na verdade são os Estados Unidos que devem fazer uma autocrítica.
- Os Estados Unidos sempre foram os reis do discurso em favor do livre comércio, mas a Farm Bill (Lei Agrícola), aprovada recentemente, destina US$ 195 bilhões anuais de subsídios à agricultura, o que torna praticamente impossível a colocação dos produtos brasileiros no mercado norte-americano - disse.
Mercadante afirmou também que a atuação do governo brasileiro, especialmente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representou um salto na representatividade do Brasil no exterior nos mais diversos fóruns em que o país tem comparecido, tanto que Lula já é candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Ele elogiou ainda a reconstrução do Mercosul, que deverá em breve abranger todos os países da América do Sul.
22/09/2003
Agência Senado
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