Senadores elogiam medida para combater violência nas escolas
Diante das informações do presidente da Comissão de Educação (CE), senador Osmar Dias (PDT-PR), sobre a reunião que teve com o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, os senadores da CE elogiaram a proposta de abertura das escolas aos fins de semana para combater a violência. Os parlamentares também apoiaram a iniciativa de Osmar Dias de regionalizar a atuação da CE e ofereceram seus estados para sediar audiências públicas da comissão.
Apoiada pela senadora Fátima Cleide (PT-RO), a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) registrou que a Confederação Nacional de Trabalhadores na Educação (CNTE) dispõe de estudos acerca da violência nas escolas e sugeriu que a CE use a experiência acumulada para traçar um panorama da situação.
O senador Gerson Camata (PMDB-ES) ofereceu o Espírito Santo para sediar um dos debates da CE acerca da violência nas escolas. Para ele, a ação da Unesco é muito bem-vinda no Senado. Da mesma maneira, o senador Flávio Arns (PT-PR) sugeriu que uma das audiências públicas sobre o assunto seja realizada no Paraná. Ele ressaltou a importância dos temas abordados pela Unesco, especialmente a preocupação da sociedade com a segurança da juventude nas escolas.
Na opinião do senador Demostenes Torres (PFL-GO), o momento em que se discute a violência nas escolas é oportuno para um debate amplo sobre o modelo de escola pública que o Brasil precisa. Ele defendeu a adoção do horário integral nas escolas brasileiras e, assim como vem afirmando o governo federal, o aumento do percentual do Produto Interno Bruto investido em educação.
O senador alertou ainda para o papel das drogas na criminalidade e o acesso cada vez mais fácil que os jovens têm ao tráfico. Ele concorda com a tese de que a escola pode ter um grande papel na inibição da criminalidade. Demostenes afirmou que Goiás pode sediar a audiência pública sobre o assunto no Centro-Oeste.
O senador João Capiberibe (PSB-AP) disse que, quando governou o Amapá, implementou um programa com apoio da Unesco chamado -Escola Aberta, Comunidade em Festa-, no qual as escolas ficavam abertas aos fins de semana. Ele considera a iniciativa importante, pois, em muitas comunidades, as escolas são a única estrutura do Estado disponível para a população. Para melhorar a situação, Capiberibe sugeriu que as escolas disponham de mais espaços para esportes e lazer.
Capiberibe criticou o modelo de financiamento da educação no Brasil por não dar atenção à educação infantil. Segundo ele, países como o Chile, que investiram no ensino para crianças até seis anos, conseguiram diminuir a desigualdade social. -Temos uma dívida brutal com a primeira infância no Brasil-, comentou.
Outro a elogiar a proposta de abertura das escolas aos fins de semana foi o ministro da Cultura, Giberto Gil, que sugeriu a realização de um trabalho interministerial com os Ministérios dos Esportes, Cultura e Educação e a Secretaria de Segurança Institucional.
- O Ministério da Cultura tem muito a fazer nesse campo junto às comunidades em risco, para oferecer alternativas ocupacionais para essas comunidades. Esportes, Educação e Cultura são áreas importantes para a oferta dessas iniciativas. A Unesco e o Congresso estão muito interessados nesse projeto, assim como o Ministério da Cultura - disse Gil.
11/03/2003
Agência Senado
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