Senadores pedem a ministro mais apoio para que atletas fiquem no Brasil
A falta de investimentos na formação de atletas brasileiros e as precárias condições para treinamentos e para competições nacionais têm feito com que muitos jovens busquem no exterior as oportunidades que não encontram no Brasil. Com esse argumento, os senadores pediram reforço para programas de apoio a jovens atletas, durante debate nesta quarta-feira (23) com o ministro do Esporte, Orlando Silva, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Para o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), o governo deveria investir mais em jogos estudantis e jogos universitários. Ele defendeu a adoção de medidas para dar maior visibilidade a essas competições e fez um apelo às emissoras privadas para que noticiem os eventos estudantis.
Também a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) alertou para o fato de os talentos brasileiros no esporte estarem deixando o país. Ela criticou a transformação do esporte em negócio, em detrimento da formação adequada dos jovens.
- Temos um 'choque capitalista' sobre o esporte, sem nenhuma intervenção do Estado. Seria preciso reverter essa situação, investindo nos jogos estudantis e universitários - disse a senadora.
Preocupação semelhante foi manifestada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). Em resposta, o ministro citou avanços nas políticas voltadas à profissionalização no esporte, como o Programa Bolsa Atleta. Conforme informou, atualmente 3.165 atletas recebem bolsa para manter o ritmo necessário de treinamento e para participar de competições. Orlando Silva destacou ainda a aprovação, pelo Senado, de reajuste no programa e a criação do Bolsa Pódio, para apoiar atletas de alto rendimento.
Ele concordou com os senadores que é preciso envolver escolas e universidades, "larga base de identificação e preparação de atletas".
- Nosso modelo é fundado nos clubes. É um modelo elitista, estreito, porque poucos podem participar - disse o ministro.
Geração de renda
Ao comentar preocupação apresentada pela senadora Ana Rita (PT-ES), o ministro informou que o Programa Pintando a Liberdade - direcionado a detentos e criado no governo Fernando Henrique Cardoso - foi ampliado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e hoje oferece oportunidade de renda e o benefício da redução de pena para aqueles que trabalham na produção de material esportivo, que é direcionado às escolas públicas.
Orlando Silva também informou que o governo tem incentivado a incorporação de ex-detentos e detentos em regime semiaberto nas obras da Copa, citando experiências bem sucedidas em Mato Grosso e na Bahia.
Já o senador Wellington Dias defendeu investimentos no desenvolvimento profissional para atuação na preparação de atletas de diversas modalidades e no manejo de equipamentos hoje disponíveis para a prática de esportes. Ele também cobrou do ministério programas com base em atividades esportivas para combater o uso de drogas.
Esporte paraolímpico
Além de pedir investimentos em jogos estudantis, Inácio Arruda também quis saber sobre os planos do governo para os esportes paraolímpicos. Em resposta, o ministro informou que será criado, no Paraná, um centro de excelência para atletas paraolímpicos. O trabalho do estado nessa área foi destacado por Requião, que convidou o ministro para visitar a cidade de Ponta Grossa, onde foi construído ginásio de esporte para pessoas com deficiência.
Orlando Silva foi questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) sobre denúncias veiculadas na imprensa segundo as quais o Programa Segundo Tempo estaria direcionando verbas para entidades não governamentais ligadas ao PCdoB, partido do ministro. Em resposta, Orlando Silva afirmou que 90% das parcerias realizadas pelo programa são com prefeituras e negou que o programa tenha irregularidades.
23/03/2011
Agência Senado
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