Senadores pedem apoio para que agricultores diminuam uso de agrotóxicos
Apesar de admitirem a necessidade de uso de agrotóxicos para produzir alimentos em grande escala no Brasil, os senadores que participaram nesta terça-feira (7) de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) defenderam a redução gradual da utilização dessas substâncias.
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), um dos autores do requerimento para a audiência que debateu o tema, ressaltou que a sustentabilidade e a saúde dos brasileiros devem ser prioridade. Ele informou que os agrotóxicos podem causar intoxicação, má formação fetal, cânceres e distúrbios neurológicos, entre outros danos ao ser humano. O meio ambiente também é prejudicado com a contaminação da cadeia alimentar, da água, do solo e do ar, observou o senador.
Valadares informou que o Brasil recebe e utiliza produtos que são proibidos em outros países. Como exemplo, ele citou o Edosulfan, banido em 45 países e ainda em uso no Brasil até 2013, conforme recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
- Estamos consumindo o lixo que os outros países recusam - disse Valadares.
O senador Blairo Maggi (PR-MT), que é produtor agropecuário, afirmou ter interesse em adotar um modelo mais ecológico de produção em razão dos benefícios à saúde e menores custos. Porém, segundo ele, ainda não é possível produzir alimentos em grande escala sem utilizar agrotóxicos.
O senador elogiou as pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e disse estar disposto a adotar novos modelos desde que provados eficientes. Para o senador, a mudança da produção convencional por tecnologias mais ecológicas é um processo gradual de substituição das alternativas adotadas.
- Não tem como o Brasil defender a balança comercial e garantir alimentos para o mundo sem o uso de agrotóxicos. Parece que fazemos uso porque queremos poluir. Entre o desejo de não usar e a necessidade de produzir há uma diferença grande - observou Maggi.
Também o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) assegurou que os produtores adotariam defensivos agrícolas orgânicos se fosse garantida a produção. Ele afirmou que a agricultura brasileira está em franca expansão, o que exige melhor controle e fiscalização por parte do governo. Ele considerou insuficiente o número de profissionais técnicos em atuação e sugeriu concurso público para reforçar o quadro.
- É inadmissível que haja apenas 80 técnicos para controlar a agricultura brasileira. Cada vez mais, o Brasil vai produzir e precisa ter gente pra controlar - disse Moka.
07/07/2011
Agência Senado
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