Senadores pedem investimento em ação contra violência nas escolas



Senadores da Comissão de Educação (CE) que participaram da audiência pública realizada com o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, pediram ao ministro mais investimentos em esporte com vistas ao combate à violência. Eles sugeriram a ampliação do programa de abertura das escolas aos fins de semana, realizado em conjunto com o Ministério da Educação e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que tem se mostrado capaz de combater os índices de criminalidade em comunidades do Rio de Janeiro.

Em resposta ao senador Flávio Arns (PT-PR), Agnelo informou que o ministério dispõe de R$ 35 milhões para atividades de inclusão social e de esporte escolar. Para tentar manter o nível de investimentos, ele disse estar promovendo um grande corte nos recursos da manutenção do ministério, com cortes nas contas de luz, viagens e diárias e a devolução de celulares e fotocopiadoras, para economizar até 50% desses recursos.

- O ministro vai precisar fazer muita ginástica para implementar as políticas, mas já deu demonstração de ser um bom atleta e muito bem articulado - afirmou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que elogiou o esforço do ministério de usar recursos já existentes, como os das Forças Armadas.

Ainda assim, com ajuda dos recursos do Programa Fome Zero, que vai pagar a parte de alimentação, o ministro espera atender 125 mil crianças este ano, com custo unitário mensal de cerca de R$ 25 por criança.

- Mesmo na dificuldade é possível fazer muito, imediatamente. Para isso as parcerias também são muito importantes. Isso não é gasto. É investimento. O que se faz nessa área se economiza em outra - declarou o senador.

Para o senador Leonel Pavan (PSDB-SC), não se pode tratar a questão da violência sem incluir o esporte na atividade escolar, pois a violência não vem sendo reduzida somente com a repressão policial. Para ele, há necessidade de investimento na prevenção, como no caso do programa apoiado pela Unesco, que, segundo ele, promoveu uma diminuição de até 60% da violência em bairros violentos do Rio de Janeiro.

Pavan lamentou que Santa Catarina também tenha problemas com o tráfico nas escolas e disse que o estado tem interesse em seguir o modelo da Unesco, mas é preciso investir na construção de áreas esportivas nas escolas, principalmente nas da periferia e do interior.

Agnelo revelou que o ministério está buscando a ampliação progressiva do programa por meio da abertura das escolas que já têm quadras esportivas e, no futuro, pela construção de espaços para esportes naquelas que não os têm. Para isso, o ministro não descartou a utilização de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). De acordo com o ministro, o programa traz muitas vantagens, como o envolvimento da comunidade, que começa a proteger a escola.

Entre as atividades esportivas a serem desenvolvidas nas escolas, o ministro incluiu o xadrez, que ajuda no desenvolvimento intelectual. Ele citou programa no Morro da Mangueira, que começou pelo esporte, e passou a incluir reforço escolar, dança e arte, reduzindo índices de violência e de evasão escolar -de maneira impressionante e imediata-.



25/03/2003

Agência Senado


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