Senadores prestam solidariedade a Tasso Jereissati



O pronunciamento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre a interpelação judicial movida contra ele pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e seu tesoureiro, Delúbio Soares, suscitou apartes de solidariedade de 19 senadores presentes em Plenário. As intervenções foram abertas pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), que encarou as considerações feitas pelo correligionário como a “defesa da independência do mandato parlamentar”.

O líder do PFL na Casa, José Agripino (RN), exaltou a “autoridade moral” do senador tucano para abordar questões de probidade administrativa, “pois não há registro contra ele no trato do dinheiro público”. Enquanto o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) considerou “uma arbitrariedade querer intimidá-lo por meio de ação judicial”, o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) sustentou que o projeto das parcerias público-privadas (PPPs) ainda não está pronto para ser votado em Plenário.

Vice-líder do governo no Senado, Patrícia Saboya destacou a “seriedade, honestidade e papel prestado ao país” por Jereissati, com quem convive na política há mais de 20 anos. Já o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) disse jamais imaginar que o PT pudesse recorrer ao Supremo contra opinião de parlamentar. Para o também tucano Eduardo Azeredo (MG), críticas parlamentares a projetos de lei, como o das PPPs, devem ser vistas como “um ato normal”.

Única voz do PT em aparte a Jereissati, o senador Cristovam Buarque (DF) elogiou a posição “lúcida” do senador tucano na análise das PPPs e disse não acreditar no aval do PT à interpelação judicial. O senador Leonel Pavan (PSDB-SC) enxergou no ato petista a intenção de “colocar a democracia na lata do lixo”, enquanto o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) concordou com a hipótese de o projeto questionado agredir a Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Licitações.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) também pediu explicações para a “campanha milionária do PT” em curso nos municípios; a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) endossou a “responsabilidade” nos alertas do colega tucano sobre a necessidade de preservação da austeridade fiscal no caso das PPPs; o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) assinalou a “modernização da administração pública” no Ceará governado por Jereissati; e o senador Demostenes Torres (PFL-GO) desqualificou o poder punitivo da interpelação judicial.

Outros cinco senadores - Almeida Lima (PDT-SE), José Jorge (PFL-PE), Alvaro Dias (PSDB-PR), Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) e César Borges (PFL-BA) - se associaram aos demais no apoio ao senador tucano. Almeida Lima lamentou o “perfil autoritário” adotado pelo governo Lula; José Jorge lembrou que o parlamentar tem o direito de criticar, cabendo ao ofendido se defender, e não processar; Alvaro Dias viu no episódio “muita falta de jeito para o exercício democrático”; Teotônio Vilela Filho homenageou a “coragem” de Jereissati e a postura de Cristovam; e César Borges disse que o senador pelo Ceará não pode se deixar intimidar pela ação “impensada” do PT.



24/08/2004

Agência Senado


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