Senadores prestam solidariedade e repudiam agressão a Patrícia Saboya



Durante a sessão plenária desta quinta-feira (6), vários senadores prestaram solidariedade e repudiaram o constrangimento sofrido de manhã pela presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual, senadora Patrícia Saboya (PPS-CE), durante depoimento do ex-campeão mundial de atletismo, Zequinha Barbosa, que responde a inquérito policial por crimes de exploração sexual de menores e estupro. O episódio levou a parlamentar a dar voz de prisão ao advogado do atleta, Abadio Rezende, que tentava tumultuar a sessão e intimidar membros da comissão.

A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) viu o ato de Patrícia Saboya como o de uma mulher -lutadora, aguerrida e corajosa-. Já a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) destacou seu empenho em levar adiante a sessão apesar da agressão sofrida. Quanto ao senador Paulo Paim (PT-RS), classificou a presidente e a relatora da comissão, a deputada federal Maria do Rosário, como heroínas na luta em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Ex-superintendente da Polícia Federal, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) saudou Patrícia Saboya pela eficácia do trabalho da CPI no combate à exploração sexual de menores. Enquanto o senador José Agripino (PFL-RN) aplaudiu a decisão da parlamentar de mandar prender uma -figura ousada e despropositada-, em alusão ao comportamento do advogado, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que a agressão sofrida pela senadora foi um desrespeito ao Senado e ao trabalho sereno da comissão.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) considerou o procedimento da presidente da CPI da Exploração Sexual como -um gesto de valentia e dignidade-. Em seguida, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) sugeriu que a comissão representasse ao Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil para que Abadio Rezende responda pelo excessos cometidos. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) viu a atitude de Patrícia Saboya não como um ato pessoal, mas em defesa da dignidade do Senado e da CPI.

Ainda sobre o episódio, o senador Demostenes Torres (PFL-GO) comentou que o mesmo demonstra o alto grau de violência a que as mulheres estão expostas. A coragem e o trabalho definido como extraordinário da senadora pelo Ceará à frente da CPI também foram assinalados pelo senador Fernando Bezerra (PTB-RN). Os senadores Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Eduardo Suplicy (PT-SP) também destacaram a altivez com que a presidente da comissão repeliu a agressão sofrida.

- Que isso sirva de incentivo à coragem da mulher parlamentar - afirmou o senador João Capiberibe (PSB-AP) ao analisar a resposta de Patrícia Saboya à tentativa de intimidação. -Quem agride a mulher é um imbecil, um ignorante-, reagiu o senador João Ribeiro (PFL-TO). Prestaram ainda solidariedade a Patrícia Saboya, além da Mesa do Senado, na figura do 2º vice-presidente, Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), os senadores Heloísa Helena (PT-AL), Almeida Lima (PSB-SE) e Fátima Cleide (PT-RO).



06/11/2003

Agência Senado


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