Senadores querem mais estudos sobre mudança na denominação dos bombeiros civis




O projeto de lei que muda a nomenclatura da profissão de bombeiro civil para brigadista particular precisa ser mais discutido e não deve ser aprovado em sua forma atual. Essa é a opinião dos senadores que participaram, nesta quarta-feira (15), de audiência pública que discutiu o assunto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

VEJA MAIS

A proposta (PLC 7/11) é de autoria do ex-deputado Laerte Bessa e poderá demorar, no mínimo, um mês para voltar à pauta da comissão, afirmou o presidente da comissão, senador Jayme Campos (DEM-MT), que também é relator da matéria.

O senador já havia elaborado relatório pela aprovação do projeto, mas, diante dos argumentos apresentados no debate, afirmou ser necessário estudar melhor o assunto com a Consultoria do Senado, antes de apresentar o voto definitivo.

- A audiência nos permitiu ter conhecimento de ambas as partes. Vamos agora, uma vez mais, debater a matéria, para que possamos emitir um relatório que não prejudique ninguém. Todos são trabalhadores e merecem ter o respeito dentro da sociedade, tanto os bombeiros militares como os civis. Espero que em trinta dias essa matéria já venha de novo à pauta da Comissão de Assuntos Sociais para ser votada - disse Jayme Campos.

O relator afirmou temer que a aprovação da proposta venha a retirar dos bombeiros civis garantias trabalhistas já conquistadas, como o adicional de periculosidade.

Para o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do requerimento de audiência, o projeto não pode ser aprovado da forma como veio da Câmara, pois os bombeiros civis seriam prejudicados com a diferenciação das categorias. Ele disse que a regulamentação da atividade de bombeiro civil já foi aprovada e, se houver modificação, será muito difícil restaurá-la, já que, conforme informou, há um movimento no Congresso para dificultar a regulamentação de profissões.

- Por que mudar o nome e criar uma polêmica? Caminhemos para um grande acordo em que a família dos bombeiros civis e militares seja beneficiada - ressaltou Paim.

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) também defendeu a construção de um texto consensual, que atenda aos interesses de ambos os grupos. Ele contou que no estado catarinense bombeiros civis e militares convivem de forma harmônica e prestam excelente serviço à população.

Apesar disso, o senador observou que os bombeiros militares são mais bem preparados para enfrentar situações de catástrofes. Os bombeiros civis, disse, têm menos estrutura e participam como coadjuvantes em situações emergenciais.

Na visão do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que havia pedido Vista da proposta, a modificação da legislação é "perda de energia". A lei, segundo ele, já regulamentou as categorias e a sociedade já está adaptada a elas.

- Acho equívoco mexer na legislação, o que cria uma instabilidade enorme para muitos pais de família. Não há necessidade de criar embate e uma contradição falsa. O Brasil admira todos os bombeiros e sabe diferenciar o militar do civil. É perda de energia - disse Lindbergh.

O Senado geralmente procura ampliar os direitos sociais dos cidadãos e não os reduzir, argumentou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Assim, também em sua opinião, a modificação da denominação não deverá ser aprovada.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



15/06/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Corpo de Bombeiros habilitará centros de formação de bombeiros civis

Senadores querem mais debates sobre defesa da concorrência

Senadores querem rapidez na mudança do indexador das dívidas de estados e municípios

SENADORES DA REGIÃO NORTE QUEREM MUDANÇA NO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO

Senadores da CRE querem mais informações para decidir sobre Venezuela no Mercosul

CCJ considera constitucional mudança na denominação de sede de universidade