SENADORES QUESTIONAM NESTA TERÇA CHICO LOPES SOBRE CONTA NO EXTERIOR
Pela segunda vez, comparece à CPI do Sistema Financeiro, nesta terça-feira (dia 17), às 17h, Francisco Lopes, presidente do Banco Central em janeiro passado, quando houve desvalorização cambial e o BC injetou dinheiro para salvar os bancos Marka e FonteCidam. Os gastos do Banco Central nessas operações fazem parte das investigações da CPI e existem cálculos apontando que a instituição teria perdido R$ 1,7 bilhão com os dois bancos.Além das operações Marka-FonteCindam, os senadores pretendem questionar Francisco Lopes sobre o bilhete encontrado pela polícia em seu apartamento, no qual seu ex-sócio na consultoria Macrométrica, Sérgio Bragança, afirma que Lopes possui uma conta no exterior no valor de US$ 1,67 milhão.- Eu vou perguntar pela conta, além das contradições que vi nos depoimentos que ele prestou à Polícia Federal e à comissão de sindicância do Banco Central - afirmou o relator da CPI, senador João Alberto (PMDB). O senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) também quer questionar sobre a conta e sobre sua demissão do BC 18 dias depois de tomar posse.Já o presidente da CPI, senador Bello Parga (PFL-MA), que não acredita em grandes surpresas no depoimento, ponderou que "ele, com certeza, sairá do depoimento bem melhor que da primeira vez". Em 26 de janeiro, ao se recusar a assinar o compromisso de só falar a verdade à CPI, Francisco Lopes foi detido pela Polícia Federal a pedido de Bello Parga. Agora, Lopes comparece à comissão de inquérito respaldado em habeas corpus concedido pelo STF, o qual reconhece que o ex-presidente pode ficar em silêncio se a resposta puder a comprometê-lo.- O maior interessado em falar é o próprio Francisco Lopes o seu silêncio passará à opinião pública a idéia de que tem alguma coisa a ocultar - observou nesta terça (16), em entrevista, Bello Parga. Já o senador João Alberto ponderou que Lopes, "um professor renomado, deve ter interesse em esclarecer muita coisa, agora que a poeira assentou bastante". O relator lamentou que até agora o STF não tenha julgado o mérito de mandados de segurança impetrados por pessoas investigadas pela CPI. Elas conseguiram liminares suspendendo decisões da comissão de inquérito sobre indisponibilidade de bens e quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal. "Investigar sem quebra de sigilo prejudica bastante o trabalho da CPI", disse.
16/08/1999
Agência Senado
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