SENADORES SABATINAM GUSTAVO FRANCO



Em exposição aos integrantes da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o economista Gustavo Franco apontou os cinco maiores desafios do Banco Central, em sua avaliação:manter "o rumo da embarcação",recuperar a imagem e a credibilidade da instituição, cuidar do processo de alongamento da dívida interna,recuperar a poupança ecoibir a prática da lavagem de dinheiro.

Gustavo Franco manifestou sua disposição de estreitar o relacionamento entre o Banco Central e o Senado e disse orgulhar-se de participar da equipe que concebeu e vem executando o Plano Real.

Durante a sabatina do economista indicado para presidir o BC, o senador Fernando Bezerra (PMDB-RN) elogiou o Plano Real, mas disse que não vê nenhuma política governamental de redução das desigualdades regionais. Bezerra, que é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), defendeu a necessidade de uma reforma tributária. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) tratou da questão da valorização cambial, afirmando que a moeda brasileira "está muito fora da paridade real", e o senador Lauro Campos (PT-DF) condenou "a perversidade da política cambial, que destruiu o parque brasileiro e acarretou o desemprego".

O senador Gilberto Miranda (PFL-AM) quis informações sobre a estabilidade da moeda, enquanto o líder do Bloco Oposição, senador José Eduardo Dutra (PT-SE), tratou, em sua intervenção, da regulamentação do sistema financeiro nacional, da quarentena e dos mandatos de dirigentes do Banco Central.

Já o senador Jefferson Péres (PSDB-AM) defendeu um estreitamento do relacionamento entre o Senado e o Banco Central, e o senador Osmar Dias (PR) referiu-se às dificuldades enfrentadas pelo setor agrícola. O senador Esperidião Amin (PPB-SC) falou sobre as exportações, e defendeu a idéia de uma instituição como o Eximbank para superar as dificuldades do Custo Brasil.

Por sua vez, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) sugeriu que a Comissão de Assuntos Econômicos convide o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, para falar sobre sua passagem pela instituição e apresentar suas análises e estudos sobre o Banco Central.

Em resposta ao senador José Fogaça (PMDB-RS), interessado em saber de perspectivas em relação à dívida pública, Gustavo Franco afirmou que ela já está crescendo a uma velocidade menor, apesar de ainda ser "preocupante, por sua composição. Ela é muito cara pelo tamanho, e muito curta pelos prazos", daí a necessidade de viabilizar seu alongamento".

O senador Francelino Pereira (PFL-MG) considerou que o governo falhou em comunicar à sociedade as razões do Proer e quis saber qual o montante de recursos liberados para contornar a crise do sistema bancário. Gustavo Franco concordou que a comunicação foi deficiente e disse que o desembolso "é comparável ao total de passivos" dos bancos, cerca de R$ 22 bilhões, recursos integralmente originados de depósitos compulsórios.

Finalmente, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) quis saber de possíveis medidas a serem tomadas pelo Banco Central para coibir os mecanismos de câmbio utilizados na lavagem de dinheiro.



07/08/1997

Agência Senado


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