Senadores tentam viabilizar aprovação de novos critérios do FPE
Senado aprovou critérios em abril depois de longa negociação
O início desta semana deve ter como destaque no Senado a mobilização para a votação de uma nova proposta para a partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O senador Romero Jucá (PMDB-RR) confirmou para terça-feira (18) a votação de um novo texto em Plenário. A data já havia sido anunciada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, após reunião com lideranças da Casa na quinta-feira (13).
Por sua vez, o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) "flexibilize" o prazo dado ao Congresso – que termina no próximo dia 23 – para que a Câmara dos Deputados possa votar a matéria na semana seguinte ao da votação no Senado.
A primeira proposta (PLS 192/2011 - Complementar), aprovada pelo Senado em abril, foi rejeitada pela Câmara na última quarta-feira, após ter sido aprovada pelo Senado. Por causa disso, os senadores tentarão votá-la novamente na terça, para que a Câmara vote o texto em seguida.
- Há disposição entre os deputados para votar o projeto rapidamente. Renan conversou com Henrique [Eduardo Alves, presidente da Câmara] e eu conversei com alguns líderes da Câmara – declarou Jucá, nesta sexta-feira (14).
Ao ser questionado por jornalistas se é possível ocorrer uma nova derrota na Câmara, Jucá respondeu que agora a matéria tem chance de passar "porque os deputados caíram em si". Por outro lado, ele frisou que não cabe aos senadores fazer a articulação na Câmara, e sim aos próprios deputados.
Redação semelhante
Jucá disse que o texto a ser votado no Senado deve ser praticamente o mesmo que havia sido aprovado antes, "com o ajuste de um detalhe ou outro". Ele lembrou que o relator continua o mesmo: o senador Walter Pinheiro (PT-BA). Wellington Dias também defende que o Senado vote uma proposta similar à anterior.
O texto de Walter Pinheiro mantinha os coeficientes atuais de distribuição dos recursos até 2015. Em 2016 e 2017, seria garantido um piso, correspondente aos valores recebidos pelos estados em 2015, corrigidos pela variação do IPCA e 50% da variação real do Produto Interno Bruto (PIB). O excedente seria distribuído de acordo com a população e o inverso da renda domiciliar per capita.
Ao analisar o projeto que chegou a ser aprovado, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que o Senado fez um grande esforço e elaborou uma proposta que atendeu razoavelmente a quase todos os estados. No entanto, ele reconheceu que, "obviamente", alguns estados ficaram insatisfeitos, "já que é impossível agradar a todas as unidades da federação em um país com as dimensões do Brasil".
Wellington Dias observou que uma das principais divergências na Câmara foi o critério que reduz os recursos dos estados com maior crescimento econômico, o que, segundo os críticos, estaria exagerado e levaria a grande perdas para estados como Goiás.
- O relator está disposto a fazer ajustes pontuais para casos como esses. Não vai resolver tudo, mas pode ao menos reduzir o tamanho da perda e, assim, viabilizar uma maioria que dê condições de votação - avaliou Wellington.
Para Alvaro Dias e Aloysio Nunes Ferreira (SP), líder do PSDB no Senado, a rejeição do projeto na Câmara foi resultado da falta de liderança do governo Dilma. Alvaro Dias destacou que o governo foi derrotado naquela Casa mesmo com a "maioria esmagadora" dos parlamentares integrando a base aliada.
14/06/2013
Agência Senado
Artigos Relacionados
Sarney reitera necessidade de aprovação de novos critérios para FPE
Comissão Diretora aprova novos critérios para as cotas de correspondência dos senadores
Senadores devem votar novos critérios de classificação de espaços urbano e rural
JUCÁ PEDE APROVAÇÃO DE PROJETO PARA VIABILIZAR AUMENTO DO MÍNIMO
Senadores tentam modificar proposta do FPE
27 senadores tentam a reeleição em outubro