Senadores vão ficar satisfeitos com esclarecimentos de Casseb e Meirelles, prevê Suassuna



O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acredita que os presidentes do Banco do Brasil (BB), Cássio Casseb, e do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, terão a oportunidade, na comissão, de prestar as informações que os senadores desejam sobre as acusações publicadas na imprensa. Suassuna prevê que os parlamentares ficarão satisfeitos com os esclarecimentos, como em outros casos já analisados pela CFC.

- Não está havendo um escândalo do outro mundo. Com transparência, as informações vão ser dadas e os senadores vão ficar satisfeitos com as respostas – declarou Suassuna, que presidiu a reunião da CFC que aprovou, na última quarta-feira (4), requerimentos para que Casseb e Meirelles compareçam à comissão.

O senador comparou os casos envolvendo os presidentes do BC e do BB às denúncias de irregularidades no contrato entre a empresa G-Tech e a Caixa Econômica Federal (CEF). Na ocasião, o presidente da CEF, Jorge Matoso, compareceu à CFC e esclareceu fatos envolvendo a disputa jurídica com a empresa da área de equipamentos para loterias.

- Houve a mesma coisa com relação à CEF e à G-Tech. O presidente (Matoso) veio e prestou todas as informações. Tenho certeza que vai acontecer o mesmo agora – declarou.

Suassuna entende que a CFC cumpriu sua obrigação ao aprovar os convites para ouvir os presidentes do BB e do BC. A presença de Casseb e Meirelles no Senado, entende o presidente da comissão, não é motivo para incômodo.

- O governo quer transparência. Pode haver uma ou outra pessoa no governo que considere isso incômodo. Mas não é essa a opinião da maioria – declarou o senador, informando que os ofícios convidando os presidentes do BB e do BC serão expedidos hoje e as datas das audiências, definidas em breve.

Sobre as denúncias de sonegação fiscal contra Meirelles, Suassuna disse não entender como, em uma operação de transferência de um imóvel da pessoa jurídica para a pessoa física, o presidente do BC estaria tentando iludir o Fisco.

- Afirma-se que ele tentou mascarar patrimônio. Como, se ele passou um imóvel da pessoa jurídica para a pessoa física? Eu, como empresário, sempre entendi que quem quer dissimular patrimônio tira da pessoa física e passa para a jurídica. Ele está fazendo o contrário – avaliou.

ESFORÇO CONCENTRADO

O senador, que participou de reunião no Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira (5) para definir a pauta do Congresso na próxima semana, considera que a oposição criou um problema, a partir das denúncias contra os presidentes do BB e do BC, que para ela seria suficiente para interromper as votações no Congresso, ao contrário do que pensa o governo.

- As tentativas de obstrução são encaradas como uma coisa natural num regime democrático. Temos é que tentar ver se, no voto ou na negociação, o governo consegue superar esses obstáculos – declarou o senador, reconhecendo que as dificuldades do governo são maiores no Senado.

Entre as votações importantes no Senado durante o esforço concentrado da próxima semana, Suassuna listou a reforma do Judiciário, o projeto que institui as parcerias público-privadas (PPP) e medidas provisórias (MPs).

- A reunião no Planalto serviu para analisar o que pode ser feito para que o esforço concentrado seja o mais produtivo possível e buscar a maior coordenação possível, pavimentando o caminho para essas votações. Todos sabemos da nossa responsabilidade perante o país e que temos que avançar nessas votações – declarou Suassuna.



05/08/2004

Agência Senado


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