Senadores voltam a pedir que bancos oficiais reduzam spread bancário



A imediata redução do spread bancário cobrado pelas instituições oficiais, a exemplo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, voltou a ser defendida por senadores, desta vez em reunião conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e da Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e de Empregabilidade, realizada nesta quinta-feira (19).

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Para os senadores, um movimento corretivo por parte dos bancos oficiais vai obrigar o sistema privado a também baixar seus spreads, como se denomina a diferença entre a taxa paga pelos bancos para captar recursos dos investidores e a cobrada aos tomadores de empréstimos. Em levantamento recente, o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) mostrou que a média do spread brasileiro foi de 34,88 pontos percentuais em 2008, ante 3,16 pontos nos bancos de países desenvolvidos, equivalendo a 11 vezes, portanto à media do Primeiro Mundo.

- Os bancos oficiais têm que dar o exemplo. Do contrário, os spreads bancários brasileiros continuarão a ser os mais altos do mundo, prejudicando toda a economia - resumiu o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

O senador Jefferson Praia (PDT-AM) defendeu a criação de grupos de trabalho, dentro da que já está sendo chamada de Comissão da Crise, para discutir em maior profundidade as razões da cobrança dos elevados spreads bancários no Brasil.

Casas populares

Na mesma reunião, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) lembrou que, diante da crise, o crédito no mercado interno ainda não se normalizou. Por isso, ele disse não acreditar que o governo possa cumprir a promessa de construir um milhão de casas populares até o final de 2010, conforme anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), fez coro com o senador. Ele chegou a "duvidar" que o presidente Lula confirme, em solenidade marcada para a próxima quarta-feira (25), a meta de um milhão de casas populares. Mas deixou claro que, se as regras forem favoráveis, a indústria da construção civil está preparadapara tocar as obras.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) lembrou que a construção civil "é a grande esperança" para que a economia possa estabilizar-se novamente.

Café

Gerson Camata (PMDB-ES) pediu ao governo mais recursos para o financiamento da produção de café, bem como a abertura de novos créditos para a exportação do produto. Do contrário, observou, o Brasil deixará de ser o maior produtor de café domundo, gerando mais desemprego no mercado interno.



19/03/2009

Agência Senado


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