Valadares cobra redução do 'spread' bancário



O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse, nesta quarta-feira (8), que não há escândalo maior que o spread bancário cobrado no Brasil e os lucros exorbitantes que os bancos auferem no país. Citou dados do Banco Central, segundo os quais o retorno médio sobre o patrimônio líquido dos bancos brasileiros foi de aproximadamente de 23,5% em 2008, menor apenas que o da Austrália. Já o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o spread bancário brasileiro é 11 vezes maior que o praticado nos países desenvolvidos.

O spread é a diferença entre o juro pago pelo banco como remuneração do dinheiro captado e aquele que o banco cobra dos tomadores de empréstimos.

Antônio Carlos Valadares também criticou os juros oficiais no Brasil. Lembrou que, mesmo com a redução de 1,5 ponto percentual, a taxa de juros real - descontada a inflação - se situa em 6,5% ao ano, a maior do mundo, acima da Hungria (6,2%), da Argentina e da China (ambas com 4,3%) e da Turquia (3,5%). Segundo ele, o pagamento de juros da dívida pública - que chega a R$ 1,4 trilhão - consumiu integralmente o superávit primário obtido no ano passado, de R$ 118 bilhões.

- E o mecanismo não poderia ser menos perverso. Trata-se da transferência para o sistema financeiro de parte significativa dos impostos pagos por todos nós - protestou.

Em apartes, os senadores César Borges (PR-BA), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Romeu Tuma (PTB-SP) apoiaram o discurso de Antônio Carlos Valadares. Crivella lembrou a substituição do presidente do Banco do Brasil nesta quarta-feira, em uma manobra para forçar a queda do spread cobrado pela instituição. Valadares disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem razão em se preocupar com o spread e afirmou que o Banco do Brasil "tem de dar o exemplo baixando as taxas de juros e assim abrindo crédito".



08/04/2009

Agência Senado


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