Mão Santa pede redução do "spread" bancário



Ao comparar o spread (diferença entre o custo do dinheiro para uma instituição financeira e o quanto ela cobra para emprestar aos clientes) cobrado no Brasil e em outros países, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que o governo possui uma ampla margem para reduzir o lucro dos bancos e a carga tributária do país. Os números citados pelo senador foram retirados de levantamento divulgado na edição desta segunda-feira (12) da Folha de S. Paulo.

Segundo o jornal paulista, o spread brasileiro, considerado o maior do mundo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) foi de 43,7 pontos, em média, em 2003. Nos Estados Unidos, no mesmo período, o spread foi de 3%. No Japão, 1,8%; no Reino Unido, 0,1%. Entre os países emergentes, Mão Santa citou a Rússia (9,1%), Índia (5,4%), África do Sul (4%), Chile (3,5%) e China (2,6%).

Mão Santa também comparou o spread brasileiro com o de países vizinhos como Paraguai (37,6%), Argentina (15,4%), Bolívia (13,6%) e Venezuela (12%). Ele informou que os 43,7 pontos cobrados pelos bancos instalados no Brasil correspondem a 32% de margem de lucro e 28% de impostos. Somente reduzindo a lucratividade das instituições bancárias e os impostos cobrados, concluiu o senador, o país poderá voltar a crescer e a gerar empregos.

Outra comparação feita pelo representante do Piauí foi a de que enquanto os gastos do governo, em 2003, com saúde, educação, trabalho, assistência e organização agrária chegaram a R$ 60 bilhões, o pagamento de juros relativos à dívida interna totalizaram R$ 160 bilhões.

O senador pelo Piauí também expressou sua solidariedade ao senador João Capiberibe (PSB-AP), que, junto com sua esposa, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP), está sendo julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dois correm o risco de perder o seu mandato. A acusação é de captação ilícita de votos na campanha eleitoral de 2002.



12/04/2004

Agência Senado


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