SÉRGIO MACHADO DIZ QUE TASSO NÃO É CONTRA REDUÇÃO DE JUROS



Em nome da liderança do PSDB, o senador Sérgio Machado (CE) pronunciou-se nesta terça-feira (dia 18) para esclarecer que o governador do Ceará, Tasso Jeireissati, não é contra a medida provisória que facilita a concessão de empréstimos com recursos dos fundos constitucionais de financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro Oeste, estabelecendo taxas de juros fixas, que na prática representam uma redução dos encargos cobrados aos tomadores dos empréstimos.
O discurso de Sérgio Machado foi motivado por pronunciamento feito pelo orador que ocupou a tribuna momentos antes, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), que citou o governador Tasso Jereissati em seu discurso. O líder do PMDB tinha dito não entender porque o governador cearense concedera entrevistas afirmando estar de "saco cheio" com o ministro da Integração Regional, Fernando Bezerra.
- Não estamos discutindo a importância de reduzir taxa de juros, mas o que clamamos e desejamos é que o Nordeste possa ter desenvolvimento. Quando Tasso disse que estava de "saco cheio", referiu-se às constantes propostas de mudanças de estrutura feitas através do Ministério, sem antes se definir um consenso de aonde se quer chegar. Queremos progresso para a região a partir do fortalecimento dos nossos órgãos, como o Banco do Nordeste - afirmou Sérgio Machado.
O senador pelo PSDB disse que lutará para evitar que o Banco do Nordeste seja transformado em uma agência de fomento, posição que, segundo ele, teria sido defendida pelo ministro Fernando Bezerra. Por outro lado, ele defendeu a união dos nordestinos em torno da transposição das águas do rio São Francisco, que na sua opinião é fundamental para o desenvolvimento da região.
Em aparte, o senador Luiz Otávio (sem partido - PA) concordou que as regiões Norte e Nordeste não podem abrir mão dos seus bancos oficiais. Ele também posicionou-se contra a utilização dos recursos do Fundo Constitucional do Nordeste e do Norte pelo Ministério da Integração Regional. Já o senador Maguito Vilela (PMDB-GO), após ouvir as explicações de Sérgio Machado, pediu desculpas por ter criticado Tasso Jereissati. Ele explicou que achava que o governador cearense estava contra a redução da taxa de juros.
Já o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) registrou que foi até a tribuna festejar o fato de um ministro do seu partido, Fernando Bezerra, ter viabilizado a medida provisória que reduziu juros e beneficiou a produtores do Centro Oeste, Norte e Nordeste. Ele revelou que o ministro da Integração Regional lhe garantiu que não havia, no âmbito do Ministério, nenhum estudo tratando da extinção do Banco do Nordeste do Banco da Amazônia.
Continuando a série de apartes, o senador Geraldo Melo (PSDB-RN) opinou que as divergências que estavam sendo expostas em plenário giravam em torno de uma convergência: todos estavam favoráveis à redução dos juros referentes aos recursos dos fundos constitucionais. Já o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) lembrou que na sessão de segunda-feira (dia 17) foi o primeiro a tratar da medida provisória que reduziu os juros. Ele também disse que, enquanto parlamentares das regiões Norte e Nordeste lutam para manter seus bancos de desenvolvimento, os habitantes do Centro Oeste sequer têm uma agência de fomento.

18/01/2000

Agência Senado


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